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Ministra da Presidência encerra Estado da Nação com aviso de “tempos difíceis” para famílias e empresas

Mariana Vieira da Silva colocou ênfase na defesa dos serviços públicos que “estiveram à altura de uma crise sem precedentes”. E alertou que a Covid-19 “não é passado; é presente e futuro” até que apareça uma vacina ou terapêutica eficazes.
  • Mariana Vieira da Silva
24 Julho 2020, 14h30

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, encerrou o debate do Estado da Nação, com uma intervenção em que antecipou um caminho de recuperação da economia portuguesa que “não durará apenas um ano e não se fará só com um orçamento”. “O Governo não pode garantir, e ninguém pode, que não viveremos tempos difíceis, em que o emprego e rendimento das famílias não saiam afetados, em que as exportações não se ressintam, em que algumas empresas não resistam. Mas podemos garantir que sairemos da crise com medidas que combatam a pobreza e desigualdade, que reforçem os serviços públicos e que não os apouquem e asfixiem”, disse a ministra de Estado, garantindo investimento público em infraestruturas e reindustrialização de Portugal.

Para trás ficou a retrospectiva de um ano parlamentar “muito diferente do que antecipávamos”, pois 30 dias antes da confirmação do primeiro caso de Covid-19 em Portugal “vivíamos um momento ímpar”, com o primeiro saldo orçamental positivo em democracia e os níveis mais baixos de desemprego e de desigualdades sociais.

Mariana Vieira da Silva colocou ênfase na forma como “ao longo dos últimos meses os serviços públicos estiveram à altura de uma crise sem precedentes, ao contrário do que vaticinava a direita”, dedicando especial atenção ao Serviço Nacional de Saúde (“poucos fizeram melhor”, defendeu), à escola pública e à Segurança Social, que “respondeu desde a primeira hora”, protegendo o emprego de 850 mil trabalhadores de empresas que encerraram ou tiveram redução de atividade devido ao confinamento.

Admitindo que “nem tudo foi isento de erros”, na medida em que a “crise inédita não veio com manual de instruções”, a ministra de Estado e da Presidência defendeu que Portugal pode ter orgulho na resposta à pandemia que continuará a fazer parte do quotidiano dos portugueses. “A crise não é passado; é presente e futuro”, advertiu, dizendo que assim será até à existência de uma vacina ou terapêutica eficaz.

Também não faltou um “piscar de olhos” aos partidos da ex-“geringonça”, aos quais o primeiro-ministro António Costa lançou o apelo no início do debate para um “entendimento sólido e duradouro”. “Sem as conquistas que fizémos nos últimos quatro anos estaríamos a enfrentar esta crise em muito piores condições”, disse Mariana Vieira da Silva, criticando o “sistemático ataque às virtudes e capacidades do Estado e dos serviços públicos”.

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