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Ministra garante que governo “não tem lista secreta” das vítimas dos incêndios

Lista de empresária, que reuniu uma base de dados com as vítimas mortais do incêndio, já conseguiu confirmar 73 mortos dos mais de 80 nomes que listou. Ministra da Administração Interna diz que lista está em segredo de justiça e que Ministério Público, que certificou a lista, “é independente do Governo”.
24 Julho 2017, 13h10

A lista oficial das vítimas mortais da investigação ao incêndio de Pedrógão Grande totaliza 64 pessoas, mas não inclui mortes indirectas. Ministra da Administração Interna assegurou hoje que critérios definidos “são aqueles que constam da lista do Ministério Público” com base, diz, “em causas diretas relacionadas com o fogo”. Constança Urbana de Sousa recusa comentar os novos dados apontam para número muito superior de vítimas, afastando-se da nova polémica ao defender que “o Governo não mantém nenhuma lista secreta. A lista está no Ministério Público e foi devidamente certificada não só pela PJ como pelo Instituto de Medicina Legal”.

O i noticiou este sábado que uma lista feita para a realização de um memorial por uma empresária de Lisboa que trabalhou diretamente com as famílias e cidadãos locais dos concelhos afetados pelos incêndios acabou por reunir 88 nomes de vítimas mortais, tendo já confirmado 73 mortos dos mais de 80 nomes que listou.

Confrontada com estes novos dados, Constança Urbano de Sousa defendeu : “o Ministério Público é independente do Governo” para reafirmar a seguir o número de 64 mortos que foi divulgado na sequência dos trágicos incêndios de Pedrógão Grande a 17 de Junho. “São as informações que tenho do Ministério Público, que é coadjuvado pela Polícia Judiciária”,

“Não existe nenhuma lista secreta, todas as pessoas foram identificadas pelo Instituto de Medicina Legal que faleceram na consequência direta, naturalmente, desse incêndio”, garantiu, esta segunda-feira, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Já sobre os critérios dessa lista, Constança Urbano de Sousa diz que tem por base “causas diretas relacionadas com o fogo”, sublinhando que “a lista está no Ministério Público e foi devidamente certificada não só pela Polícia Judiciária como também pelo Instituto de Medicina Legal”.

Quanto ao facto das vítimas de Pedrógão não poderem e receber as indemnizações enquanto não for divulgada a lista oficial de vítimas mortais resultantes da tragédia, a ministra da Administração Interna dá conta que “existe no Código do Processo penal uma norma que permite às seguradoras aceder à lista para efeitos indemnizatórios”.

Também no sábado o jornal Expresso noticiou que entre as vítimas da lista a que o semanário teve acesso não consta, a título de exemplo, o caso de uma idosa que morreu atropelada ao fugir do incêndio, levantando dúvidas sobre a existência de casos semelhantes.

Alguns familiares e amigos das vítimas ponderam a criação de uma associação a fim de acompanhar as investigações à tragédia.

O incêndio que deflagrou a 17 de junho em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois. Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.

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