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Ministro da Economia: “Recuperação de salários ainda não é suficiente”

“Se há seis ou sete anos os portugueses partiam porque não tinham emprego, hoje continuam a partir, embora muito menos, porque não encontram condições de trabalho e salários adequados às suas qualificações e justas aspirações”, referiu Pedro Siza Vieira.
  • Tiago Petinga/Lusa
24 Abril 2019, 18h40

O ministro da Economia disse esta quarta-feira que a recuperação dos salários que se tem observado nos últimos anos não é ainda suficiente e que é necessário fazer mais para reter e atrair recursos humanos.

“Se há seis ou sete anos os portugueses partiam porque não tinham emprego, hoje continuam a partir, embora muito menos, porque não encontram condições de trabalho e salários adequados às suas qualificações e justas aspirações”, referiu Pedro Siza Vieira que está a ser ouvido na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Os baixos salários têm sido um dos temas mais referidos nesta audição com o ministro a reconhecer que o salário médio “começa finalmente a recuperar, mas não é ainda o suficiente”, sendo necessário fazer um esforço maior no apoio ao crescimento da produtividade e da inovação, de forma a criar condições que aumentem os salários.

Antes o ministro tinha referido que uma das queixas mais frequentes dos empresários portugueses é a dificuldade em encontrar recursos humanos com as qualificações de que necessitam, o que levou o deputado do Bloco de Esquerda Heitor de Sousa a observar que essas queixas surgem porque os mais qualificados não aceitam trabalhar com os salários que esses empresários lhes oferecem.

“Ou conseguimos encontrar uma forma de o nosso tecido empresarial tratar adequadamente os nossos recursos humanos, designadamente ao nível remuneratório, ou então vamos confrontar-nos com a indisponibilidade de recursos humanos”, precisou o ministro.

Pedro Siza Vieira salientou ainda que, para o Governo, é claro que o modelo de desenvolvimento não pode passar pela desvalorização do fator trabalho e apontou o caso do Vale do Ave onde as empresas que enfrentam algumas dificuldades são as que apostam em baixos salários e que estão a ver os seus negócios “escapar-se para outros países”.

Numa audição em que o tema dos baixos salários tem sido abordado pelos deputados dos vários partidos, Bruno Dias do PCP referiu também o caso do Vale do Ave.

Na resposta, o secretário de Estado da Economia precisou que tem estado a acompanhar a situação e em contacto com empresas e sindicatos da região e que, ainda que haja problemas numa ou noutra empresa, “os sinais não são alarmistas”.

O governante disse também que as exportações têm continuado a aumentar na área da confeção e que mesmo para Espanha “os resultados são positivos”.

Ainda sobre a questão dos recursos humanos, Pedro Siza Vieira referiu que o país precisa de ter mecanismos para atrair, quer os que saíram do país nos tempos da crise – e para os quais foi criado o programa Regressar –, quer trabalhadores de outros países, referindo a propósito a flexibilização de regras do Programa Tech Visa.

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