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Ministro das Infraestruturas não está preocupado com decisão judicial sobre TAP

“São processos muito complexos e, obviamente, nós não ignoramos que existe sempre uma disputa comercial entre diferentes companhias aéreas”, afirmou aos jornalistas o governante, à margem de uma visita no concelho de Alandroal (Évora).
19 Maio 2021, 15h14

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse hoje não estar preocupado com a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, que anulou a ajuda estatal à TAP, e considerou tratar-se de uma matéria complexa.

“São processos muito complexos e, obviamente, nós não ignoramos que existe sempre uma disputa comercial entre diferentes companhias aéreas”, afirmou aos jornalistas o governante, à margem de uma visita no concelho de Alandroal (Évora).

Segundo Pedro Nuno Santos, “é isso” que está a acontecer neste caso, por parte “de uma companhia aérea em particular contra todas as companhias de bandeira europeias que, como disse o primeiro-ministro, não sobreviveriam sem auxílio do Estado”.

O ministro que tutela as pastas das Infraestruturas e da Habitação lembrou que, na sequência da crise no setor da aviação devido à pandemia de covid-19, “não há nenhum país europeu que tenha deixado cair a sua companhia de bandeira, tal como Portugal”.

“São processos complexos, que são disputados por outras companhias”, as quais “têm interesse comercial em ficar com o negócio dos seus concorrentes”, vincou.

O processo “está a correr no tribunal” e Portugal não é “parte neste processo”, porque foi a Comissão Europeia que “foi chamada a dar mais esclarecimentos” ao Tribunal de Justiça da União Europeia, referiu.

“Nós não estamos preocupados, porque, obviamente, entendemos que aquilo que está a ser feito é dentro do quadro legal europeu e era essencial para nós podermos continuar a ter a Europa e no nosso caso Portugal ligados ao mundo”, vincou o ministro, acrescentando esperar que o processo em tribunal decorra “normalmente”.

Na mesma cerimónia, já antes o primeiro-ministro, António Costa, tinha argumentado que cabe à Comissão Europeia prestar “informações complementares” ao Tribunal de Justiça da União Europeia (UE), mas defendeu que esta “decisão preliminar” não implica atrasos.

“Não significa nada, nenhum atraso. Vamos continuar a executar tudo como temos estado a executar e, seguramente, a Comissão Europeia dará as informações” que o Tribunal de Justiça da UE necessita “para justificar a decisão que tomou relativamente à TAP

O Tribunal de Justiça da UE anulou hoje a decisão da Comissão Europeia que aprova a ajuda estatal de 1.200 milhões de euros à TAP por a considerar “insuficientemente fundamentada”, não obrigando ainda à devolução.

A Comissão Europeia disse, entretanto, ter “tomado nota” da decisão do tribunal e indicou que analisará os “próximos passos”.

Em causa está o recurso interposto naquele organismo em julho de 2020 pela transportadora aérea de baixo custo Ryanair contra a ajuda estatal à companhia aérea de bandeira portuguesa TAP, com a argumentação de que este apoio português viola o tratado europeu e as regras concorrenciais.

O objetivo da companhia irlandesa ‘low cost’ (baixo custo) era que, com esta ação, fosse anulada a decisão de 10 de junho de 2020, quando o executivo comunitário deu ‘luz verde’ a um auxílio de emergência português à TAP.

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