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Ministro reage a denúncia da Quercus contra minas de lítio: “Tenho alguma dificuldade em aceitar os que são contra tudo”

O ministro critica postura “nem-nem-nem” de ambientalistas por se mostrarem contra exploração de lítio em Portugal, argumentando que é um mineral essencial para a transição energética.
14 Junho 2019, 16h56

A associação ambientalista Quercus apresentou uma denúncia à organização da Nações Unidas UNESCO contra a instalação de minas de lítio a céu aberto na região do Barroso, distrito de Vila Real.

Questionado sobre esta denúncia, o ministro do Ambiente criticou a postura da associação ambientalista, destacando que o lítio é importante para a transição energética.

“É mesmo verdade que não vamos fazer a transição energética apostando no carvão”, começou por ironizar o ministro do Ambiente e da Transição Energética esta sexta-feira, 14 de julho.

“Tenho alguma dificuldade em aceitar os que são nem-nem-nem, isto é, os que são contra tudo”, criticou João Matos Fernandes.

“A exploração de minas de lítio em Portugal vai ser feita com todo o rigor ambiental. Nós tínhamos identificado doze locais de elevado potencial de lítio num primeiro documento. Destes, três já foram excluídos precisamente porque tinham uma grande sensibilidade ambiental”, destacou em declarações aos jornalistas à margem da conferência “Africa Energy Forum” que decorreu em Lisboa.

Segundo o governante, “uma mina de lítio é em tudo comparável com as minas de feldspato ou de quartzo que já existem, do ponto de vista ambiental”.

“Não podemos deixar de explorar o potencial que temos, nunca num projeto de fomento mineiro, o que estamos a fazer é a criar um cluster industrial que inclua desde a extração da matéria-prima até a sua transformação”, afirmou.

“O concurso que vamos abrir obriga a que cada um dos concorrentes à exploração mineira tenha necessariamente que construir uma refinaria ou estar associado a uma refinaria de lítio em Portugal, vai ser um projeto exemplar do ponto de vista do controlo dos impactos ambientais e muito para além da lei”, sublinhou João Matos Fernandes.

O ministro destacou que o concurso que o Governo pretende lançar vai estipular uma exploração mineira de “enorme eficiência material, aproveitando ao máximo todos os resíduos, com uma enorme eficiência hídrica, garantindo que a água que circula pode ter mesmo mais que uma utilização e um rigoroso cumprimento de todas as regras ambientais, mesmo antes da avaliação de impacte ambiental, que só é necessária para a exploração, já durante toda a fase de prospeção”.

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