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Mobilidade elétrica é tema mas ainda residual

A procura de viaturas elétricas é uma realidade e, tudo indica que farão parte do nosso futuro. O rent-a-car entrou na alteração do paradigma mas com um passo curto.
29 Setembro 2018, 16h00

A mobilidade elétrica é um tema “bastante atual”, frisa Nuno Barjora, diretor de marketing da Europcar, uma companhia que tem feito algumas iniciativas para sensibilizar os consumidores. Diz mesmo que a empresa tem “constatado um aumento na procura e na utilização destas viaturas”, sendo que para a Europcar “é crítico estar em constante desenvolvimento, e daí a existência do LAB do grupo Europcar que estuda as tendências do mercado, antecipando propostas de valor para os clientes”.

Diferente é a expetativa de Duarte Guedes, da Hertz. O paradigma da mobilidade elétrica “ainda é bastante residual na frota tradicional dos rent-a-car”, sendo que a Hertz foi a primeira empresa em Portugal a montar um sistema de carsharing em Lisboa 100% elétrico, o “24/7 City”, tendo já anunciado novas iniciativas deste tipo no final de 2018 e depois em 2019. Estas iniciativas, diz o mesmo gestor resultam do facto de frotas e institucionais começarem “a procurar alternativas neste sentido”. Duarte Guedes não foge à questão do tema do valor de revenda da viatura, pois o valor residual é uma parte fundamental da equação do total cost of ownership. Diz que “o custo histórico e universo, bem como a evolução tecnológica dos veículos torna mais arriscada a previsão dos residuais na nossa opinião. Tal como o custo das baterias e a componente fiscal também pesam no cálculo”. Nuno Barjona diz a propósito deste tema “que a tecnologia tem vindo a evoluir de uma forma exponencial e, portanto, as diferenças tecnológicas entre viaturas com dois, três ou mais anos comparativamente com as atuais são bastante significativas”.

Diferente das concorrentes a Hertz está mais vocacionado para utilizações inferiores a 1 ano de duração e Duarte Guedes diz apenas que a evolução ao nível das empresas “tem sido positiva”.

Outro concorrente, a Avis, diz através do diretor geral ibérico do grupo Avis Budget, Francisco Farrás, que a empresa “está a trabalhar num ambicioso projeto de digitalização de todo o negócio, de forma a garantir que a frota será completamente conectada e integrada, permitindo desta forma disponibilizar novos serviços que aportem valor aos clientes”. Diz ainda o gestor que “neste sentido o nosso objetivo é operar uma frota global completamente conectada até 2020”.

Também Nuno Barjona, da Europcar, frisa que a iniciativa de propostas de viaturas elétricas é algo que está a crescer como resultado da “iniciativa de ambos os lados”, ou seja, as empresas não arriscam se os clientes não estiverem sensibilizados para o impacto positivo no meio ambiente deste tipo de viaturas. Diz que “a procura sem oferta não tem efeito tal como a oferta se não houver procura nada altera”. Frisa que a Europcar está a reforçar a oferta para antecipar a procura e diz que “apesar de esta já ser uma realidade é nítido que a falta de autonomia é ainda um fator que cria uma certa insegurança em relação ao produto”.

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