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Monte dei Paschi pressiona banca europeia

Promessas de Trump continuam a impulsionar ativos norte-americanos.
  • Reuters
23 Dezembro 2016, 06h41

As principais praças mundiais apresentaram um desempenho positivo na semana, embora em desaceleração. As melhores performances foram do índice holandês AEX 25 e alemão DAX 30, seguidos dos americanos. A contrastar pela negativa esteve o índice espanhol IBEX 35, a ser pressionado pelo setor bancário, isto depois da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia ter ordenado a restituição dos montantes indevidamente adquiridos com a cláusula que impedia os consumidores de beneficiarem com a descida das taxas Euribor, montante que pode chegar aos sete mil milhões de euros. A pressionar a banca europeia está também o banco italiano Monte dei Paschi, que tombou mais de 16%, depois de ter anunciado que poderá ficar sem liquidez dentro de quatro meses.

Já do outro lado do Atlântico, depois do aumento da taxa de juro por parte da FED, na passada semana, verificou-se um forte movimento ascendente nos índices, dando nota do otimismo em torno da economia americana. É esperado que a maior economia mundial venha a aumentar a taxa de crescimento do produto interno bruto no próximo ano, na sequência das políticas económicas e fiscais que Trump pretende implementar. Em termos de política monetária, a FED quer aumentar a taxa de juro três vezes em 2017, isto como forma de controlar a inflação que o crescimento possa vir a criar, dado que a economia se encontra próxima do pleno emprego, com uma taxa de desemprego de 4,6%. As expectativas em torno da política monetária contracionista já se estão a fazer sentir no mercado de divisas, com o dólar a valorizar cerca de 2% face aos principais pares cambiais. Uma das consequências da força do dólar e do otimismo em torno dos mercados americanos foi a desvalorização dos metais preciosos, que testaram mínimos de sete meses.

No mercado energético, o petróleo ‘brent’, referência para a Europa, segue a cotar nos 55 dólares, depois de ter testado a resistência dos 57 dólares, dando assim continuidade à pressão compradora que se tem feito sentir em consequência do acordo alcançado pela OPEP.

Em Portugal, o PSI 20 ficou praticamente inalterado na semana, com uma queda de 0,33%. O índice foi ligeiramente pressionado pela onda pessimista em torno do setor bancário europeu. O BCP e Montepio perdem 5,7% e 1,6%, respetivamente, nas últimas quatro sessões, enquanto o BPI fica inalterado. Destaque para a Pharol, que lidera os ganhos, com uma subida de 4%, enquanto em sentido contrário a Sonae Capital corrige quase 6%. A negociação segue bastante calma, com os volumes transacionados a serem bastante baixos em véspera de Natal. Em destaque, no plano nacional, no róximo ano, estará a avaliação da DBRS ao ‘rating’ da República Portuguesa, que a manter-se constante permitirá a continuação da elegibilidade da dívida pública portuguesa para o programa de ‘Quantitative Easing’ do Banco Central Europeu.

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