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Montepio: lista de Ribeiro Mendes reclama a Vieira da Silva equipa “idónea e credível”, após eleições

Vieira da Silva recebeu Fernando Ribeiro Mendes, que se queixou de “suspeições e riscos de fraude” nas eleições da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Candidatos da Lista B reclamaram ainda a necessidade de uma gestão “sã e prudente” da AMMG, após as eleições de 7 de dezembro.
3 Dezembro 2018, 17h54

Fernando Ribeiro Mendes  e restantes candidatos da Lista B à Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) reclamaram a supervisão do ministro da tutela no processo eleitoral em curso. Na reunião com Vieira da Silva, realizada nesta segunda-feira, 3 de dezembro, manifestaram a preocupação quanto a “eventuais irregularidades” e “riscos de fraude” no processo eleitoral que terminará no próximo dia 7 de dezembro. E apelaram ao governante para a necessidade de garantir que a AMMG, após as eleições, será gerida por equipa “idónea e credível”, numa altura em que o seu actual presidente, Tomás Correia se recandidata a um quarto mandato.

Os representantes da candidatura da Lista B à Associação Mutualista Montepio Geral  dão conta que reuniram esta segunda feira, tal como avançado pelo Jornal Económico, com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, numa audiência previamente solicitada sobre o processo eleitoral que terminará no próximo dia 7 de dezembro.

A delegação dos candidatos da Lista B, composta por Fernando Ribeiro Mendes, João Proença, João Costa Pinto, João Carvalho das Neves e Nuno Cunha Rolo, reitera, em comunicado que transmitiu as suas preocupações ao ministro Vieira da Silva sobre um acto eleitoral que consideram “crucial” para a vida da Associação Mutualista e do grupo Montepio. Em causa está, salientam em comunicado, um processo eleitoral que “deverá decorrer de forma totalmente transparente e legítima”.

A Vieira da Silva foi igualmente salientado, acrescentam, “a absoluta necessidade de garantir que a AMMG, após as eleições, será gerida por uma equipa idónea e credível capaz de assegurar uma gestão sã e prudente da Associação Mutualista, de modo a garantir os interesses das mais de seis centenas de milhar de associados/aforradores”.

Em causa estão dúvidas sobre se o atual presidente da Associação Mutualista que encabeça a Lista A reunirá as condições para liderar a instituição. Isto porque, Tomás Correia  tem a correr no Banco de Portugal processos de contra-ordenação especialmente graves: violação das regras de concessão de crédito, em termos de análise de risco, irregularidades ao nível do controlo interno, infracção a normas e limites no financiamento a partes relacionadas. Em causa estão, nomeadamente operações de financiamento ao Grupo Espírito Santo (GES) e ao filho do construtor José Guilherme, operações que foram realizadas quando Tomás Correia liderava. O Banco Montepio e que estão também a ser investigadas pelo Ministério Público

“A Lista B acredita na indispensabilidade de fazer crescer a importância do Montepio na sociedade portuguesa e que este encontro com o ministro da tutela contribuiu para reforçar a preocupação com o futuro da Associação Mutualista e do Grupo Montepio”, concluem.

A Vieira da Silva foi manifestada a preocupação quanto a “eventuais irregularidades, suspeições e riscos de fraude no processo eleitoral de 2018”. Os votos por correspondência foram uma das preocupações da Lista B que foram manifestadas ao governante, sabe o Jornal Económico

A reunião com o ministro que tutela a Associação Mutualista Montepio surgiu na sequência de um pedido com “carácter de urgência” a Vieira da Silva que foi enviado por carta, na passada quarta-feira, 28 de Novembro, numa missiva onde os responsáveis da lista B manifestam a sua preocupação relativamente à condução do processo  eleitoral do MGAM, sob a liderança do atual presidente Tomás Correia.

Na carta, o cabeças de lista da lista B aos órgãos associativos da Associação Mutualista tinham já apelado a Vieira da Silva para que o processo eleitoral em curso seja devidamente fiscalizado, por estar em causa, na sua opinião, “a legalidade da eleição”.

“É fundamental que o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, através da fiscalização, garanta a defesa dos interesses dos associados, bem como a defesa dos trabalhadores da Instituição”, defenderam, na carta, os candidatos da Lista B, os quais já pediram à auditora PricewaterhouCoopers (PwC) para reforçar o controlo no processo eleitoral que tem também na corrida o actual líder da mutualista, Tomás Correia.

Para os autores da carta querem que o MTSSS, através da fiscalização, garanta a “defesa dos interesses dos associados”, bem como a defesa dos trabalhadores da Instituição (que nada têm a ver com a forma como o processo eleitoral está a decorrer)”.

As eleições para os órgãos sociais do MGAM decorrem até ao próximo dia 7 de dezembro. Estão na corrida para o conselho de administração Tomás Correia, Fernando Ribeiro Mendes e António Godinho que também se reuniu, nesta segunda-feira, 3 de dezembro com Vieira da Silva.

Na semana passada António Godinho, candidato da lista C, reuniu com Carlos Tavares, CEO da Caixa Económica, e foi recebido por Elisa Ferreira, vice-governadora do Banco de Portugal, na sequência de cartas enviadas a 26 de novembro aquelas entidades. Os encontros tiveram como finalidade apresentar a apreensão da Lista C quanto ao processo eleitoral.

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