“Esperamos que o stock de NPL – Non Performing Loans diminua ainda mais em 2019, já que a economia permanece sólida e porque a maioria dos bancos se comprometeu publicamente a continuar a reduzir os seus rácios de crédito problemático”, começa por dizer a agência de rating Moody´s.
O volume de NPLs está a diminuir mas ainda continua a pesar no balanço dos bancos e a ser uma restrição importante nos perfis de crédito na maioria dos bancos. O rácio de NPL dos bancos em Portugal caiu para 12% no final de setembro de 2018, face a 15,2% no final de 2017, ficando bem abaixo de seu pico de 20,1% atingido em junho de 2016. O declínio é ainda mais pronunciado se incluirmos a venda de 3,7 mil milhões de euros de carteiras de crédito malparado (NPLs) feita por alguns dos maiores bancos portugueses no quarto trimestre, salienta a Moody´s.
Enquanto esta tendência é positiva e as perspectivas favoráveis para 2019 destacam o progresso significativo que os bancos estão a fazer para reduzir o peso do malparado nos seus balanços, o rácio de Portugal ainda é muito fraco em comparação com a média da União Europeia de 3,4% (em setembro de 2018).
O crédito a empresas não financeiras lidera na redução do malparado, o que é explicado pelos maiores níveis de cobertura dos bancos. Mas o maior stock de NPLs dos bancos portugueses está altamente concentrado no empréstimos a empresas.
O rácio de crédito em incumprimento no setor corporativo não financeiro caiu para 22,1% no final de setembro de 2018, face a 25,2% no final de 2017 e de 30,3% em junho de 2016.
O aumento da pressão regulatória combinada com as regras contabilísticas – IFRS 9, introduzidas a 1 de janeiro de 2018, resultaram em níveis de cobertura mais elevados, com provisões para devedores duvidosos a representar 58,7% dos NPLs para empresas não financeiras no final de setembro de 2018 versus 53,9% no final de 2017.
A maior cobertura de NPLs por provisões facilitou a redução particularmente acentuada do peso dos NPLs para esta classe de ativos no ano passado, diz a Moody´s.
As participações em ativos imobiliários problemáticos continuam a restringir a qualidade dos ativos em alguns bancos, alerta a Moody´s.
Alguns dos maiores bancos de Portugal têm um grande stock de ativos imobiliários recebidos por dação em cumprimento (foreclosed assets) , o que, combinado com um stock significativo de crédito malparado (NPL), resultou num rácio médio de ativos não performantes (NPA) de 16% no final de junho de 2018.
“Esses ativos problemáticos caíram menos do que o volume de NPLs, mas esperamos que o Novo Banco e outros bancos fechem algumas alienações de ativos imobiliários em 2019”, diz a Moody´s.
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