A agência de notação financeira Moody’s melhorou a perspetiva do sector financeiro português de “estável” para “positiva”. Na base da avaliação está a redução do crédito malparado, numa altura em que os bancos portugueses estão a melhorar a rentabilidade e as condições de financiamento permanecem estáveis. Estes fatores, segundo a Moody’s, poderão contribuir para uma subida do “rating” das instituições financeiras portuguesas nos próximos 12 a 18 meses. As novas perspetivas para o sistema bancário constam no relatório sobre sistema bancário, divulgado nesta segunda-feira, 10 de dezembro.
Para Maria Vinuela, analista da Moody’, “o stock de ativos problemáticos vai continuar a diminuir, embora se mantenha elevado em comparação com o padrão europeu”. Segundo esta responsável, ainda assim, os atuais níveis de cobertura permitirão que alguns bancos realizem vendas de portfólio nos próximos meses, o que ajudará a aliviar o peso dos chamados empréstimos problemáticos. Uma tendência que se tem assistido nos últimos meses e que poderá levar o sector a fechar 2018 com vendas de non-performing loans (NPL) da ordem dos 3,5 mil milhões de euros.
Numa numa nota publicada pela agência esta segunda-feira é ainda avançado que, no final de Junho, o rácio de crédito em incumprimento situava-se nos 12,4%, abaixo dos 17,5% registados no mesmo período do ano passado. Segundo a Moody’s, apesar dos esforços, o rácio de NPL da banca nacional continua a ser dos mais elevados entre as maiores economias europeias. Isto porque, os portefólios de crédito empresarial continuam a ser os que mais pesam na qualidade dos activos, com um rácio de NPL de 22,3% no final deste ano. Isto em comparação com 27,5% no ano passado.
Crescimento económico favorável
Para a Moody’s, embora o crescimento económico esteja a desacelerar, “permanecerá suficientemente forte para suportar um ambiente operacional estável”. A Moody’s espera que o crescimento desacelere para 2,1% no fim de 2018 e para 1,7% em 2019.
“Os níveis de capital melhorarão, mas permanecerão relativamente fracos. Os bancos portugueses terão uma maior capacidade de absorver os custos de crédito na sequência da desalavancagem, do novo acesso e dos esforços de recapitalização”, acrescenta a agência de Nova Iorque. Contudo, frisa, “um grande volume de activos por impostos diferidos sobreavaliam o capital dos bancos portugueses, que continua a ser mais fraco face ao de outros sistemas bancários europeus”.
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