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Moody’s: ‘Rating’ de Portugal só sobe quando tendências económicas e orçamentais forem sustentáveis

A agência de notação financeira explicou, ao Jornal Económico, porque é que não publicou qualquer relatório sobre a dívida portuguesa na sexta-feira. Lembra que os calendários das avaliações são apenas indicativos.
21 Abril 2018, 17h26

A Moody’s só irá tirar o rating de Portugal do ‘lixo’ quando tiver confiança na sustentabilidade do crescimento económico e da trajetória de redução da dívida e do défice. Em declarações ao Jornal Económico, a agência de notação financeira explicou assim a razão para não ter publicado qualquer relatório sobre o país, na passada sexta-feira.

“O rating das Obrigações do Governo de Portugal serão revistas para grau de investimento caso a Moody’s conclua que é provável que as tendências económicas e orçamentais positivas são sustentáveis e que o muito elevado fardo da dívida irá mover-se para uma tendência descendente estável”, explicou fonte oficial da agência.

Para que haja essa confiança em Portugal, a agência refere que são ainda necessárias “melhorias orçamentais sustentáveis que apontem para um recorde do excedente primário mais consistente”, bem como “evidências que o crescimento económico é abrangente, suportando a resiliência da economia a choques” e “progressos adicionais na recapitalização dos bancos mais fracos”.

Ao contrário das expetativas de economistas e analistas, a agência de notação financeira manteve o rating e a perspetiva da República inalterados em Ba1 (positiva), ou seja, no primeiro grau especulativo, esta sexta-feira.

Apesar de ter uma avaliação marcada, a agência não publicou qualquer relatório sobre Portugal, tendo atualizado apenas o calendário de avaliações.

“O calendário de publicações soberanas da Moody’s é apenas indicativo de datas para potenciais decisões”, explicou a agência, referindo que mantém assim a opinião que tinha na última avaliação.

Em setembro de 2017, a agência norte-americana passou a perspetiva do rating para ‘positiva’, de ‘estável’, com base em três pontos: melhorias na resiliência do crescimento económico de Portugal dada a recuperação do investimento; melhorias orçamentais em curso que sustentam a expetativa de sustentabilidade na consolidação orçamental; e melhorias na estrutura da dívida e nas almofadas orçamentais que mitigam os riscos ao financiamento do Estado.

A subida na perspetiva indica que potenciais mudanças no rating poderão estar próximas, mas não aconteceu. Assim, Moody’s continua a ser a única das quatro principais agência de rating a manter Portugal no ‘lixo’. Depois do balde de água fria, voltará a ter uma nova oportunidade de avaliar Portugal apenas a 12 de outubro.

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