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Moody’s sobe rating da dívida sénior não garantida da Caixa Central de Crédito Agrícola

A perspetiva das classificações de depósitos de longo prazo e de dívida sénior não garantida mantém-se estável. “A perspetiva dos ratings de depósitos de longo prazo e da dívida sénior não garantida da Caixa Central mantém-se estável, refletindo a nossa visão de que as melhorias esperadas nos fundamentos financeiros do banco já estão captadas nos ratings atuais da Caixa Central”, diz a Moody’s.
22 Julho 2025, 13h43

A Moody’s Ratings elevou a notação da dívida sénior não garantida da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo de Baa3 para Baa2, e o rating dos depósitos de longo prazo de Baa1 para A3.

A agência de notação financeira também subiu a o rating da Avaliação de Crédito Base (BCA) e o rating BCA Ajustado do banco de baa2 para baa1; e os Ratings de Risco de Contraparte (CRRs) de longo e curto prazo de A3/Prime-2 para A2/Prime-1.

“Reafirmamos também as Avaliações de Risco de Contraparte (RC) de longo e curto prazo em A2(cr)/Prime-1(cr), bem como as classificações de depósitos bancários de curto prazo em Prime-2”, acrescenta a agência.

A perspetiva das classificações de depósitos de longo prazo e de dívida sénior não garantida mantém-se estável. “A perspetiva dos ratings de depósitos de longo prazo e da dívida sénior não garantida da Caixa Central mantém-se estável, refletindo a nossa visão de que as melhorias esperadas nos fundamentos financeiros do banco já estão captadas nos ratings atuais da Caixa Central”, diz a Moody’s.

As notações da Caixa Central refletem o papel fundamental da Caixa Central no seio do Grupo Crédito Agrícola (GCA), uma rede de bancos cooperativos em Portugal ligados por um mecanismo de solidariedade consagrado na lei. Assim, as notações da Caixa Central refletem a nossa avaliação da qualidade creditícia consolidada do GCA, dada a função da Caixa Central como tesouraria central do grupo e única entidade emissora de dívida.

A subida do BCA da Caixa Central sinaliza a melhoria da qualidade dos ativos do banco, apoiada por uma estratégia sustentada de redução de risco – embora os ativos problemáticos se mantenham acima da média do sistema –, reconhece a Moody’s, bem como a sua mais forte rendibilidade e maior capacidade de absorção de perdas, sustentada por níveis de capital muito elevados. “O BCA baa1 reflete também a granularidade e a expansão da base de depósitos de retalho do banco, bem como a sua ampla posição de liquidez”, lê-se na nota.

Entre 2018 e 2024, a Caixa Central reduziu significativamente o seu stock de ativos não produtivos (NPAs: empréstimos não produtivos (NPLs) + ativos imobiliários recebidos em dação), principalmente através de vendas significativas de carteiras de malparado e de write-offs. Como resultado, o rácio de NPA e NPL do banco desceu para 6,9% e 4,6% em dezembro de 2024, respetivamente, face aos 17,3% e 11,1% de dezembro de 2018.

Apesar deste progresso, as métricas de qualidade dos ativos do banco continuam mais fracas do que as dos seus pares nacionais e europeus, com uma média de 2,6% e 2,2%, respetivamente, em dezembro de 2024, reconhece a Moody’s.

“Esperamos novas reduções, embora mais moderadas, dos NPA nos próximos dois anos, o que deverá aproximar as métricas da Caixa Central da média nacional. Esta expectativa é ainda corroborada pela meta de NPL a médio prazo estabelecida pelo banco, abaixo dos 4,0%, e pela probabilidade de pressão da supervisão para alinhar as suas métricas de qualidade dos ativos com as dos seus pares nacionais, em linha com as expectativas regulatórias europeias mais amplas”, explica a agência.

A Moody´s levou ainda em consideração a capitalização forte da Caixa Central, com um rácio de Capital Core (CET1) de 24,3% em março de 2025 – muito acima do requisito regulamentar de 9,16% para 2024. “Esperamos que os níveis de capital permaneçam sustentavelmente acima do objetivo interno do banco de 20%, apoiados pela melhoria da geração de lucros e pela elevada retenção de capital. Isto é sustentado pela sua estrutura cooperativa, que alivia a pressão para distribuir dividendos aos acionistas”, diz a agência.

A subida de hoje reflete também a melhoria das métricas de rentabilidade da Caixa Central. O banco reportou um resultado líquido de 438 milhões de euros em 2024, representando um aumento de 47,4% face ao ano anterior, impulsionado em grande parte pela reprecificação da carteira de crédito a taxas mais elevadas. Isto traduziu-se num rácio lucro líquido/ativos tangíveis de 1,6%, acima dos 1,2% em 2023.

“Apesar disso, esperamos que a rendibilidade diminua, mas se mantenha acima das médias históricas – cerca de 0,5% – e no intervalo de 0,75% a 1,0%, dado que o aumento dos volumes de crédito e o aumento das taxas e comissões deverão compensar parcialmente a compressão das margens e o aumento dos custos operacionais”, acrescenta.

A Moody’s fala de um “sólido perfil de liquidez da Caixa Central, que continua a sustentar a sua solidez creditícia global. O banco continua a ser predominantemente financiado por depósitos, com os depósitos de clientes a representarem aproximadamente 90% do financiamento total e um rácio crédito/depósitos conservador de 55% em dezembro de 2024”.

O banco mantém também uma “grande reserva de ativos de elevada liquidez, principalmente sob a forma de obrigações soberanas, totalizando 8,7 mil milhões (líquidos de cortes) no final de dezembro de 2024, incluindo 1,8 mil milhões em numerário”, aponta a Moody’s.

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