O ex-administrador do BES com o pelouro financeiro e que tinha também o pelouro do BES Angola diz em comunicado que “vou recorrer desta decisão do Banco de Portugal precisamente para o único tribunal competente. Esta decisão sobre irregularidades no Banco Espírito Santo Angola é perversamente injusta e notoriamente interessada”.
Morais Pires foi condenado pelo Banco de Portugal a uma coima de 1,2 milhões de euros.
Diz em comunicado que a condenação é “perversamente injusta, porque a intervenção que tive no Banco Espírito Santo Angola foi a de pôr a funcionar bem, entre 2012 e 2013, o que anteriormente tinha sido posto a funcionar mal por Álvaro Sobrinho, como bem sabe o Banco de Portugal”, diz o ex-administrador.
E, acrescenta, “é notoriamente interessada, porque constitui uma forma de o Banco de Portugal e os seus administradores tentarem encontrar bodes expiatórios para o ato gravíssimo e extremamente danoso para o Estado português que cometeram em julho/agosto de 2014, quando controlavam o BES”.
“Esse ato – que recentemente denunciei em 14 de dezembro de 2018 através de uma ação popular que intentei contra o Banco de Portugal – foi o de não terem feito acionar, tendo antes deixado revogar, a garantia soberana de 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros) que a República de Angola, em grande medida devido à minha intervenção junto dos mais altos órgãos do Estado angolano, concedeu em 31 de dezembro de 2013 ao grupo BES, em geral, e ao Banco Espírito Santo Angola em especial”.
“E a perda desse valor, além de ser um prejuízo em si mesma, contribuiu – e muito – para o montante, de precisamente cerca de 4 mil milhões de euros, que o Estado português teve que pôr no Novo Banco e aí foi totalmente perdido”, volta a recordar Morais Pires.
O Banco de Portugal aplicou multas a oito dos 18 acusados. As duas maiores coimas foram aplicadas a Ricardo Salgado, que vai pagar 1,8 milhões de euros, e a Amílcar Pires, que terá de dar ao Banco de Portugal 1,2 milhões de euros.
Em causa estavam financiamentos superiores a três mil milhões que o BES emprestou ao banco em Angola, sem que o supervisor tivesse sido disso informado.
O Banco de Portugal diz que ficou provado que os antigos administradores do BES atuaram de forma dolosa para esconder os problemas que o BESA enfrentava.
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