O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, considerou hoje “muito elevado” o risco de um confronto militar entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. Citado pelos órgãos de comunicação social russos, Lavrov recordou que Moscovo não está confortável com o facto de a Coreia do Norte ter passado a ser uma potência nuclear, mas também afirmou que está nas mãos de Washington avançar com um gesto de desanuviamento.
Mas, perante o acumular de declarações inflamadas e ameaças de vária ordem proferidas de ambos os lados do conflito, o ministro – um dos mais influentes junto do presidente Vladimir Putin – parece estar pouco esperançado nesse desanuviamento.
Perante a escalada das ameaças – o ataque à ilha de Guam e a resposta norte-americana de uma ação de “fúria e de fogo como o mundo nunca viu”, segundo disse o presidente norte-americano Donald Trump – Lavrov afirmou que a Rússia se mantém disponível para evitar o início de um conflito de todas as formas que lhe forem possíveis.
O ministro russo recordou que a Rússia e a China – o país que tem maior influência em Pyongyang – chegaram a propor um plano que previa cedências de ambas as partes: o fim dos testes com os mísseis norte-coreanos com capacidade para atingirem o território continental dos Estados Unidos e, paralelamente, o fim das manobras militares conjuntas entre as tropas norte-americanas e sul coreanas.
A diplomacia de Pequim também não se cansa de recordar a Trump a existência deste plano, que Washington nunca quis equacionar.
É neste quadro que se percebe que nem Moscovo nem Pequim enfileirem sem rodeios pela posição de Washington, apesar das críticas insistentes que Trump tem feito à atuação de russos e chineses. Principalmente dos segundos: ainda há pouco dias, o presidente dos Estados Unidos dizia que, se quisesse, o governo chinês poderia acabar com a ameaça norte-coreana em pouco tempo.
Em resposta, a China lembrou a Trump que o facto de os Estados Unidos terem aceitado uma venda de armas norte-americanas para Taiwan não ajudou a que os dois países se entendam no que diz respeito aos dossiês internacionais mais difíceis.
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