[weglot_switcher]

Mota, CTT, NOS e BCP levam bolsa de Lisboa para as perdas

Os mercados de ações europeus inverteram o otimismo matinal e encerraram na sua generalidade em baixa. O IBEX liderou as perdas graças às ações dos bancos. No plano macroeconómico a Alemanha regista uma deflação pela primeira vez desde 2016.
31 Agosto 2020, 17h35

O PSI-20 fechou a última sessão de agosto a cair 0,96% para 4.301,08 pontos. O título que mais caiu foi o da Mota-Engil, que continua a ajustar a cotação depois de uma estrondosa subida em reação à entrada dos chineses da China Communications Construction Company (CCCC), uma das maiores construtoras mundiais, no seu capital. A Mota-Engil caiu em bolsa 5,63% para 1,576 euros.

Destaque ainda para a queda dos CTT que desvalorizou 2,98% para 2,60 euros; para a descida das ações da NOS (-2,48% para 3,39 euros); seguindo-se as ações do BCP que recuaram 2,18% para 0,0987 euros. As ações do banco acompanharam a performance dos concorrentes espanhóis. O Banco Santander tombou 5,06% na sessão; o BBVA recuou 5,65%; o Bankinter perdeu 3,28%; o Bankia fechou a cair 3,12% e o Sabadell a deslizar 1,51%.

Na sexta-feira o Jornal Económico avançou com a notícia que o banco liderado por Miguel Maya tinha detectado, através de uma auditoria interna, situações em que, para cumprir as metas de crédito ao consumo exigidas, os balcões adulteravam a naturalidade de alguns clientes que nasceram em países com mais risco, para acelerar os processos de crédito já que assim se evitava que os contratos tivessem de ser previamente vistos pelo departamento de risco.

A contribuir para a queda do PSI-20 esteve também a Galp que perdeu -1,84% para 8,97 euros. Na energia a EDP caiu 0,45% e a EDP Renováveis recuou 0,28%.

Em terreno positivo fechou a Altri (+1,11% para 4,18 euros); a REN que subiu +0,62% para 2,430 euros; e a Sonae Capital (+0,58%).

As bolsas europeias perderam o seu fulgor durante a sessão e encerram em baixa. O EuroStoxx 50 recuou 1,30% para 3.272,5 pontos.

Nas principais praças a performance foi a mesma. O CAC 40 caiu 1,11% para 4.974,22 pontos; o DAX deslizou 0,67% para 12.945,4 pontos; o holandês AEX desceu 1,36%; o italiano FTSE MIB recuou 1,04% para 19.633,7 pontos.

A bolsa de Londres esteve encerrada devido a um feriado.

O IBEX espanhol liderou as perdas e caiu 2,29% para 6.969,5 pontos. Muito graças à queda da banca.

O analista de mercados Ramiro Loureiro, do Millennium investment banking, explicou que “a penalizar as bolsas europeias estiveram as declarações de Peter Navarro, assessor da Casa Branca norte-americana, a incentivarem os norte-americanos a não usarem aplicativos feitos na China, que vieram aumentar o clima de tensão entre os dois países, depois da ByteDance ser obrigada a pedir aprovação ao Governo chinês para vender as suas operações dos EUA na sua aplicação TikTok, sob as novas restrições impostas por Pequim à exportação de tecnologias de inteligência artificial”,

No seu comentário, o analista destaca ainda quem no plano macroeconómico, xhegou a indicação de que a Alemanha registou uma deflação pela primeira vez desde 2016. De acordo com o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, a Alemanha registou deflação em agosto, pela primeira vez desde maio de 2016. O IHPC teve uma queda homóloga de 0,1%, quando os analistas esperavam inflação de 0,1%.

Hoje também ficou a saber-se que a economia portuguesa contraiu mesmo 13,9% no segundo trimestre. Uma queda sequencial de 13,9% no PIB revelada pelo valor final veio confirmar o comportamento já avançado preliminarmente e situou-se em linha com o aguardado pelo mercado, diz o analista do BCP. Face a igual trimestre de 2019 a contração foi de 16,3%, igualmente sem surpresa.

No mercado do petróleo, o Brent está a subir ligeiramente (+0,02% para 45,82 dólares). O euro valoriza 0,36% para 1,1946 dólares e no mercado de dívida pública, a Alemanha tem os juros a agravarem 1,18 pontos base para -0,40%.

A dívida portuguesa também sobe, com os juros a agravarem 2,19 pontos base para 0,42% e Espanha também com os juros a subirem 2,97 pontos base para 0,41%.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.