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Motoristas em greve às horas extraordinárias entre 7 a 22 de setembro

A greve cirúrgica dos motoristas vai incidir somente sobre as horas de trabalho acima das oito horas nos dias úteis, sobre o trabalho aos fins de semana e feriados. Motoristas rejeitam necessidade de serviços mínimos.
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    Mário Cruz/Lusa
21 Agosto 2019, 13h05

O sindicato dos motoristas de matérias perigosas já apresentou o seu pré-aviso de greve às horas extraordinárias. A greve cirúrgica, assim chamada pois só afeta parte do trabalho dos motoristas, vai decorrer entre 7 a 22 de setembro.

O anúncio foi feito esta quarta-feira, 21 de agosto, pelo presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Francisco São Bento.

“A greve geral dos motoristas incidirá somente sobre as horas de trabalho acima das oito horas nos dias úteis, sobre o trabalho aos fins de semana e feriados, ficando assim assegurado todo o trabalho nos dias úteis durante o período normal de trabalho, oito horas diárias”, segundo o líder do SNMMP.

A greve vai decorrer desde a 00h01 do dia 7 de setembro e vigora até ao dia 22 de setembro até às 23h59.

Sobre o eventual cumprimento de serviços mínimos, o sindicalista rejeitou essa possibilidade pois os trabalhadores vão cumprir o seu trabalho, conforme previsto legalmente. “Não vemos a necessidade de apresentarmos serviços mínimos porque os trabalhadores irão exercer as suas funções como está ao abrigo da lei”.

“Já ficou provado na última greve que as empresas funcionam com base no trabalho extraordinário destes trabalhadores e até fugindo um pouco o que diz a lei, uma vez que o trabalho suplementar com caráter regular é completamente ilegal. Vimos mais uma vez, através desta greve cirúrgica, comprovar que as empresas do setor dos transportes apenas funcionam baseadas no trabalho suplementar destes trabalhadores”, afirmou Francisco São Bento.

“Temos trabalhadores do setor que já têm feitas 500 horas extra e ainda só estamos em agosto”, acrescentou.

Questionado sobre eventuais represálias das empresas sobre os grevistas, o dirigente sindical pediu ao Governo medidas de proteção para os trabalhadores. “Vamos agir em conformidade. Nas reuniões que tivemos no ministério [das Infraestruturas] já fizemos menção a estas questões. Esperamos que, por parte do Governo, surjam algumas iniciativas para proteger estes trabalhadores uma vez que estão a exercer o seu direito à greve e não podem estar a ser punidos por exercerem um direito”.

Em relação ao fim das negociações entre o SNMMP  e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) na terça-feira, o vice-presidente do sindicato Pardal Henriques afirmou anteriormente que o sindicato não pode “aceitar ilegalidades”.

“Cedemos em toda a linha, mas não podemos aceitar ilegalidades. Estes trabalhadores não podem sujeitar-se com recebimentos por baixo da mesa e horas que não são pagas. Aquilo que pedimos que ficasse garantido era apenas o cumprimento da lei, que estas pessoas não trabalhariam de graça”, disse em entrevista à SIC Notícias na terça-feira à noite.

“Há dois princípios que têm de ficar assentes: não aceitamos pagamentos por baixo da mesa e não aceitamos que estas pessoas trabalhem 15 horas e recebam o mesmo que fazendo oito horas”, destacou o vice-presidente do sindicato.

  • notícia em atualização

https://jornaleconomico.pt/noticias/motoristas-avancam-com-greve-ao-trabalho-suplementar-no-inicio-de-setembro-480775

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