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Portugueses mudaram de hábitos. Centros comerciais das grandes cidades com maior quebra nas vendas

Os dados desta semana da Associação de Marcas de Retalho e Restauração indicam que na zona de Lisboa registaram-se quebras nas vendas de 41,8%, mas no resto do país mantiveram-se nos 33,2%. Já a Associação Portuguesa de Centros Comerciais fala em tendência de vendas “animadora”.
30 Julho 2020, 07h55

A pandemia motivou uma mudança de hábitos nos portugueses, que passaram a estar mais tempo em casa. A reabertura dos centros comerciais veio demonstrar isso e os números apontam para quebras nas vendas de 41.8% em Lisboa, enquanto a média nacional mantém-se nos 37,7%, contou ao Jornal Económico (JE) o presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), Miguel Pina Martins.

“As pessoas estão a deixar de comprar, essa é a maior mudança de hábitos porque estamos a falar de quebras muito, muito grandes, sempre acima dos 30%, ou seja, há uma diminuição muito, muito significativa do consumo neste momento”, garante Miguel Pina Martins.

Os dados desta semana da AMRR, indicam que na zona de Lisboa registaram-se quebras nas vendas de 41,8%, mas no resto do país mantiveram-se nos 33,2%. A média nacional ficou situada nos 37,7%.

“Em Lisboa, as quebras nos centros comerciais, mantém-se acima dos 40%, fora de lisboa estamos a falar de uma quebra de 33, obviamente que é melhor, continua a ser muito grande e continuamos preocupados com o problema que aí vem porque são quebras muito grandes”, explica Miguel Pina Martins.

 “Há uma falta muito grande de confiança das pessoas e obviamente uma diminuição de rendimentos”, garante o presidente da AMRR.

“Sabemos que os centros [comerciais] maiores são os que estão sofrer mais, os de maior dimensão são os que tem maior quebra e os centros com zonas residências à volta são aqueles que têm menos quebra”.

Área Metropolitana de Lisboa e o desafio das restrições de horário

Um dos motivos que poderá justificar a maior quebra nas vendas é a restrição horária imposta na região de Lisboa e Vale do Tejo, apontou o presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), António Sampaio de Mattos, ao JE.

“No caso da Área Metropolitana de Lisboa, por exemplo, temos o desafio acrescido das restrições de horário, que vêm fazendo com que a retoma destes centros aconteça a um ritmo inferior ao registado em zonas do País onde estas limitações já não vigoram”, contou António Sampaio de Mattos.

“É de grande importância que os centros comerciais da Área Metropolitana possam, o mais brevemente possível, operar sem limitações. Reitero que estes espaços são um aliado no combate eficaz à propagação do novo coronavírus, e que os cidadãos podem ter confiança”, garante o presidente da APCC.

Apesar de os números apresentados pela AMRR, António Sampaio de Mattos assegura que a tendência das vendas “é animadora”.

“Entidades como a SIBS ou a Reduniq têm apontado para uma recuperação dos indicadores de consumo semana a semana, comunicando valores que se aproximam de 90% dos valores de consumo pré-Covid-19”, garante o presidente da APCC.

António Sampaio de Mattos também aponta que os clientes já “não vão a estes espaços numa lógica de lazer, mas sim de compra”, mas que o indicador de venda por visitante “tem aumentado significativamente”.

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