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Mulheres, minorias étnicas e religiosas fazem história nas eleições intercalares

Desde mulheres nativo-americanas para uma refugiada muçulmana ao primeiro governador homossexual, muitos candidatos de minorias étnicas, sexuais ou mulheres foram nomeados para os cargos de congressistas, senadores e governadores nas eleições intercalares norte-americanas.
  • lhan Omar
7 Novembro 2018, 11h28

As eleições intercalares norte-americanas ficaram marcadas por serem as nomeações mais inclusivas e diversificadas na história do país. A comunicação social norte-americana salienta um recorde de mulheres eleitas nas eleições deste ano, somando 96 no total.

Desde mulheres nativo-americanas para uma refugiada muçulmana ao primeiro governador homossexual – muitos candidatos de minorias étnicas, sexuais ou mulheres foram nomeados para os cargos de congressistas, senadores e governadores que foram sempre ocupados, maioritariamente, por homens, brancos e heterossexuais.

Conheça os candidatos eleitos destas eleições.

Alexandria Ocasio-Cortez, eleita para a Câmara dos Representantes, tem 29 anos e será a congressista mais nova sempre.

A congressista eleita ganhou no distrito de Nova York, com 78% dos votos contra o republicano Anthony Rappas, marcando assim uma vitória dramática para a nova onda de democratas progressistas.

Ayana Pressley, uma democrata norte-americana, é a primeira negra a ser eleita congressista no estado de Massachusetts.

No seu discurso de vitória, a congressista eleita agradeceu aos votantes pelo voto de confiança e sublinhou a necessidade de quebrar barreiras para que mulheres como ela possam ocupar cargos políticos. “Por mais pequenos que nos sintamos dentro da nossa comunidade e na sociedade, a minha mãe assegurava-me sempre que assim que entrássemos na cabine de voto e fechássemos aquela cortina, éramos poderosos”, disse, esta terça-feira à noite.

No Colorado também se fez história. Foi eleito o primeiro governador assumidamente gay em todo o país, o democrata de 43 anos Jared Polis.

No seu discurso de vitória, fez uma menção ao passo que ali foi dado: “No Colorado, atrevemo-nos, sonhamos e fazemos. Provámos que somos um estado inclusivo que valoriza todas as contribuições, independentemente da orientação sexual ou género”.

Para os republicanos também registou um novo marco. A republicana Marsha Blackburn vai ser a primeira mulher a chegar ao cargo de senadora do Tennessee, depois de ter derrotado o democrata Phil Bredesen.

No seu discurso de vitória, não deixou esse facto sem menção: “Obrigado por me permitirem ser a primeira mulher eleita senadora pelo Tennessse. E, imagine-se, logo com uma mulher conservadora!”.

As primeiras mulheres muçulmanas a serem eleitas são Rashida Tlaib (Michigan) e Ilhan Omar (Minnesota), serão as primeiras congressistas muçulmanas do país, uma barreira que já tinha sido quebrada entre homens em 2007, por Keith Ellison, também do Minnesota.

Tlaib preencherá a vaga anteriormente ocupada pelo deputado democrata de Michigan John Conyers, que deixou o cargo no ano passado devido a acusações de assédio sexual. Omar ocupará o lugar deixado pelo deputado do Minnesota, Keith Ellison, o primeiro muçulmano eleito para o Congresso.
Omar, além de ser uma das primeiras mulheres muçulmanas no Congresso, também será a primeira somali-americana eleita. Chegou aos Estados Unidos há 20 anos atrás como refugiada e referiu a sua condição no discurso de vitória de terça feira: “Aqui no Minnesota, não só acolhemos os imigrantes como os enviamos para Washington”.

https://twitter.com/BihiDhoof/status/1060032368730406912?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1060032368730406912&ref_url=https%3A%2F%2Fobservador.pt%2F2018%2F11%2F07%2Fmulheres-gays-nativo-americanos-e-negros-nestas-eleicoes-ha-muitos-pela-primeira-vez%2F

Os votantes do Texas elegeram as duas primeiras mulheres latinas para o Congresso no estado de Texas. Os seus nomes são Veronica Escobar e Sylvia Garcia. A primeira vai ocupar o lugar que até agora pertencia ao democrata Beto O’Rourke, que foi derrotado pelo senador republicano Ted Cruz.

Veronica Escobar venceu com 68,4% dos votos, e a democrata Garcia com 75,1%.

Em termos étnicos, há ainda outras estreias: Sharice Davids (Kansas) e Deb Haaland (Novo México) são as primeiras nativo-americanas a chegar à Câmara dos Representantes, um feito que já tinha sido cumprido por homens, mas nunca por mulheres daquela minoria.

No caso de Sharice Davids, a estreia é a dobrar, já que será a primeira mulher assumidamente lésbica a chegar àquele cargo.

No discurso de vitória, Davids disse: “Agora temos a oportunidade de refazer as expectativas que as pessoas têm quando pensam no Kansas”.

Deb Haaland falou do passado para assinalar o presente: “Quando era pequena e vivia na casa da minha mãe, enquanto parte de uma 35º geração no Novo México, nunca imaginei um mundo onde seria representada por alguém que se parecesse comigo. Hoje, New Mexico, vocês enviaram uma das primeiras mulheres nativo-americanas para o Congresso”.

No fim, os republicanos mantêm controlo do Senado, apesar dos democratas terem ganho na Câmara de Representantes. Trump, contudo, já afirmou que as eleições foram “um tremendo sucesso esta noite. Obrigado a todos, escreveu no Twitter.   No entanto, o presidente dos Estados Unidos acabar por ver a sua posição enfraquecida, o que não é uma excelente notícia para um eventual segundo mandato.

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