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“Multinacionais acumulam rendas e lucros fabulosos”. PCP contra aumento da fatura da eletricidade

Comunistas consideram que a gestão nacional dos recursos naturais, os próprios e os importados, está a ser danosa para as empresas e para os consumidores individuais.
  • Cristina Bernardo
3 Agosto 2018, 14h40

“O anúncio de que a fatura da eletricidade pode vir a aumentar 10% já a partir do quarto trimestre de 2018 exige que o Governo intervenha no sentido de o impedir, designadamente exigindo esclarecimentos junto das entidades reguladoras sobre as razões que explicam o elevado preço da eletricidade transacionada no mercado grossista e promovendo o regresso dos consumidores à tarifa regulada – possibilidade aberta com a aprovação de legislação proposta pelo PCP –, agilizando os procedimentos para a sua concretização e promovendo informação junto dos consumidores”.

Em comunicado oficial, o PCP alerta para que “as notícias que dão conta deste novo aumento da fatura da eletricidade comprovam os graves prejuízos para os interesses nacionais que resultam das decisões de liberalização do mercado energético e de privatização da EDP”, operações a que os comunistas se opuseram desde a primeira hora.

Ao mesmo tempo que as famílias, os sectores produtivos e o país “se veem obrigados a pagar mais cara a energia elétrica, as multinacionais que operam no mercado energético acumulam rendas e lucros fabulosos e o Estado fica limitado na intervenção que devia assumir para inverter a situação”, refere ainda o comunicado.

A possibilidade deste novo aumento de preços da eletricidade é anunciada, segundo o PCP – um dos partidos que sustenta o Governo socialista através do apoio parlamentar – sem qualquer elemento que o justifique, “a não ser a satisfação dos interesses dos grupos económicos do setor energético”.

Recorde-se que o mês de maio deste ano foi, saliente o comunicado, em termos do preço de eletricidade transacionada no mercado grossista, o mais elevado desde 2008.

“Situação tão mais escandalosa quanto o preço de petróleo está hoje cerca de 30% mais baixo que há anos atrás; o preço do carvão tem também conhecido um decréscimo; há hoje mais 30% de capacidade de produção eólica instalada do que havia há dez anos; e que a hidraulicidade está, em 2018, acima do ano médio, havendo muito potencial elétrico armazenado nas albufeiras”.

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