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Na China já é possível comprar sumos numa máquina usando apenas reconhecimento facial

Há vários meses em testes, estas máquinas recorrem ao reconhecimento facial para desbloquear a porta da máquina permitindo que retirar o produto que deseja, como snacks ou refrigerantes.
23 Agosto 2019, 13h27

Uma das novas tendências mundiais é o recurso ao reconhecimento facial, quer seja para desbloquear telemóveis, quer seja na vigilância da população. No caso da China já é possível comprar refrigerantes e comida numa máquina usando apenas esta tecnologia.

O Business Insider revelou um vídeo onde se pode ver uma cidadã chinesa a comprar um refrigerante, sem utilizar dinheiro, cartão de crédito ou o telemóvel.

As novas máquinas de venda de snacks e refrigerantes na China parecem estar a mudar a forma como se compram produtos. Há vários meses em testes, estas máquinas recorrem ao reconhecimento facial para desbloquear a porta da máquina permitindo que retirar o produto que deseja. Sobre o pagamento propriamente dito há muitas dúvidas, pois não se sabe se funciona através do sistema de pontos chinês, ou se cobra diretamente na conta bancária do comprador, segundo o Business Insider.

Uma das particularidades destas máquinas de venda é que, apesar de reconhecerem os dados de cidadãos estrangeiros, não permitem que estes utilizem o sistema de “pagamento” via reconhecimento facial.

A China tem em funcionamento o maior e mais completo sistema de reconhecimento facial do mundo. A sociedade chinesa não só é vigiada, como também é “avaliada”, isto é, através das ações dos seus cidadãos, o governo chinês elaborou um “código de conduta” onde cada ação tem a sua consequência.

Exemplificando, beber ou fumar podem resultar na remoção de alguns privilégios “básicos” como viajar de comboio ou de avião, enquanto boas ações como parar numa passadeira, podem ser recompensadas com descontos na renda de casa, ou até melhorar as hipóteses de encontrar um “par” nas aplicações de relacionamentos amorosos.

O “Big Brother” chinês é questionável do ponto de vista ético e dos direitos de privacidade dos cidadãos, havendo algumas organizações de direitos humanos a pedirem a intervenção dos governos internacionais, algo que ainda não aconteceu, e que dificilmente acontecerá.

Na Europa, ainda que a tecnologia esteja pronta a arrancar, os reguladores estão a tentar tornar o mecanismo de reconhecimento facial o mais transparente possível.

Numa altura em que se levantam várias questões sobre privacidade, uma das prioridades de Ursula Von der Leyen, a nova presidente da Comissão Europeia, é certificar-se que haverá uma abordagem coordenada entre os países da União Europeia, sobre a maneira como a inteligência artificial trata os dados biométricos da população, segundo o Financial Times.

https://jornaleconomico.pt/noticias/aplicacao-chinesa-permite-localizar-cidadaos-endividados-num-raio-de-500-metros-401707

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