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Nadia Calviño pode ser a sucessora de Centeno no Eurogrupo

O presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, foi a primeira personalidade europeia a reagir à demissão de Mário Centeno, tendo agradecido o esforço desenvolvido pelo português à frente do Eurogrupo.
  • Flickr/Plamen Stoimenov (EU2018BG)
9 Junho 2020, 15h58

Como seria de esperar, a imprensa estrangeira centrou a saída de Mário Centeno do governo português em torno das dúvidas que se levantam em termos da sua recandidatura à presidência do Eurogrupo. A dúvida acabou por desaparecer depois do ex-ministro ter informado, via, Twitter, que não se recandidatará, o que levou o jornal ‘El Pais’, talvez o primeiro a dar a notícia fora de portas, a recordar que a ministra espanhola da Economia, Nadia Calviño, é há várias semanas uma alternativa a Centeno para aquele lugar. O jornal deixava no ar a possíbilidade de a sua demissão do governo português aumentar as expectativas de uma candidatura vitoriosa por parte da ministra espanhola.

“Mário Centeno, o homem que conseguiu restaurar a credibilidade financeira de Portugal na Europa, deixa o governo de António Costa. Centeno deixa o Ministério das Finanças português um mês antes da apresentação de candidaturas à presidência do Eurogrupo, que ainda é liderada pelo político português. Centeno deveria anunciar nesta quarta-feira se aspirava a renovar seu mandato à frente do Eurogrupo. O nome da Ministra da Economia da Espanha, Nadia Calviño, vem sendo ouvido para essa posição há meses. Mas teremos que esperar algumas semanas para ver quem se apresenta como candidato e com que apoios”, escreve o jornal espanhol.

Entretanto, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, agradeceu a Mário Centeno o seu “trabalho árduo” na Europa e sublinhou que o Eurogrupo tem de prosseguir os trabalhos com vista a uma forte recuperação da economia europeia. “Obrigado, Mário Centeno, pelo seu trabalho árduo enquanto presidente do Eurogrupo e pela excelente cooperação”, escreveu Charles Michel na sua conta oficial na rede social Twitter.

Charles Michel foi o primeiro líder das instituições da União Europeia a reagir ao anúncio de Mário Centeno de que está de saída da liderança do fórum de ministros das Finanças da Zona Euro, na sequência da sua decisão de deixar também o cargo de ministro das Finanças no Governo português.

O jornal italiano ‘La Repubblica’ escrevia que “Centeno não concorrerá à reconfirmação para um segundo mandato à frente da coordenação dos ministros das Finanças da Zona Euro. O ministro português ocupava o cargo de presidente do Eurogrupo desde janeiro de 2018 e seu mandato expiraria no final de junho. “O meu mandato como presidente do Eurogrupo terminará em 13 de julho. Informarei os colegas na quinta-feira sobre a minha decisão de não concorrer a um segundo mandato, já que em 15 de junho deixarei o cargo de ministro das Finanças em Portugal”, escrevia Centeno no Twitter.

O holandês ‘The Telegraaf’ fazia uma notícia semelhante, mas acrescentava – rercordando que Centeno substituiu o holandês Jeroen Dijsselbloem, que o ministro das Finanças do país, Wopke Hoekstra, não está disponível para suceder ao português.

A agência Reuters foi mais parca ao noticiar a saída de Mário Centeno, tendo apenas referido que “O ministro das Finanças de Portugal, creditado por reverter as políticas de austeridade de longa data e ao mesmo tempo alcançar o primeiro superávit orçamental do país em 45 anos, renunciará em 15 de junho, disse o presidente [Marcelo Rebelo de Sousa] esta terça-feira”.

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