Matos Fernandes, ministro do Ambiente, abriu a quarta edição do European Climate Change Adaptation (ECCA) 2019, um evento que vai juntar 1.200 mil investigadores, políticos e empresários para encontrarem em conjunto soluções.
No painel “A Europa está em risco – adaptação aos extremos”, João Matos Fernandes sublinhou a urgência em agir no combate às alterações climáticas, referindo que Portugal está na linha da frente no rumo à descarbonização. “Está-se a tornar cada vez mais claro dos impactos das alterações climáticas na nossa sociedade. Em termos gerais, as pessoas estão mais cientes mas ainda assim esta mensagem precisa de ser enfatizada. E em Portugal ela é”, referiu o ministro do Ambiente, relembrando que Portugal foi o primeiro país a assumir o compromisso para a neutralidade carbónica no mundo, com planos para atingir esse objetivo em 2050. “Não agir não é uma opção”.
O ministro do Ambiente sublinhou que Portugal é altamente afetado pelas alterações climáticas, desde as ondas de calor que provocam incêndios florestais e desertificação à subida dos níveis do mar, “temos quase uma noção completa de todos os cenários das alterações climáticas”.
Para além de alertar para a urgência climática, defendeu que é preciso respeitar o limite de 1,5.º centígrados de aumento da temperatura global, um objetivo que continua a não estar garantido.
Durante a conferência de imprensa, o ministro acrescentou que é preciso garantir que “25% das verbas do próximo ciclo de financiamento comunitário” vão para a ação climática, quer na mitigação pela redução de emissões de gases com efeito de estufa, quer na adaptação.
Algo que “tem que mudar” é o período de 10 anos que uma obra que receba financiamento europeu tem que esperar antes de poder ser novamente financiada, defendeu durante a conferência de imprensa. “Quando se trata de proteção do litoral ou obras hidrográficas, uma década é tempo demais sem haver novas intervenções”, indicou.
Também presente na sessão de abertura, esteve o presidente da Câmara de Lisboa que relembrou ao público que a cidade portuguesa foi eleita a Capital Verde para 2020, “temos que fazer deste ano um grande movimento social para mobilizar as alterações climáticas”.
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O ECCA faz parte de um dos mil projetos que o autarca de Lisboa tem preparado desde já a pensar numa estratégia de 2020 para 2030. Em novembro arranca o Orçamento Participativo, cuja verba duplicará para cinco milhões de euros, que serão destinados a projetos relacionados com a agenda verde da cidade, e que receberão um selo verde ambiental.
Ao longo de três dias, em 580 apresentações, o encontro será a maior edição da conferência bienal, que se realiza pela primeira vez num país do sul da Europa.
A conferência centra-se em temas como os incêndios florestais, a necessidade de o setor empresarial privado ter que se adaptar às mudanças trazidas pelo aquecimento global, as zonas verdes nas cidades, inovação na maneira como as cidades são desenhadas e geridas e iniciativas dirigidas à juventude, entre outros.
A cimeira continua amanhã, com o plenário da conferência é dedicado à adaptação da economia às alterações climáticas e na quinta-feira fala-se do caminho para o futuro, com contributos de responsáveis de agências internacionais de gestão de crises.
Paralelamente aos plenários, decorrem sessões sobre instituições, justiça social, os desafios colocados pelas alterações climáticas e a redução de riscos, comunicação, produção de conhecimento científico.
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