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“Não confio nas vacinas russas em geral e definitivamente não serei vacinada”. Russos desconfiam da ‘Sputnik V’

Depois de ter anunciado o registo da primeira vacina para combater a Covid-19, Vladimir Putin informou que o primeiro lote será lançado dentro de duas semanas e que os médicos deverão ser vacinados com a mesma.
12 Agosto 2020, 18h18

A desconfiança e o debate estão lançados nas ruas de Moscovo. Os cidadãos russos estão divididos quanto à ‘Sputnik V’ a primeira vacina registada no combate à Covid-19, anunciada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo informa a agência “Reuters” esta quarta-feira, 12 de agosto, também os especialistas revelam dúvidas quanto à segurança da vacina.

“Não confio nas vacinas russas em geral, definitivamente não serei vacinada”, refere Ekaterina Sabadash residente em Moscovo. Há também quem fale em ciúmes por parte do Ocidente por a Rússia ter conseguido criar uma vacina. “É natural ser cauteloso, mas eles têm como objetivo menosprezar as conquistas do nosso país. Acho que muito foi feito e é ótimo que haja uma vacina”, afirma Mikhail Mechyov, residente moscovita.

Já o Governo de Putin continua a rejeitar as preocupações relativas à segurança da vacina levantadas pela comunidade científica internacional. “Parece que os nossos colegas estrangeiros estão a perceber as vantagens competitivas específicas da droga russa e estão a tentar expressar opiniões que, em nossa opinião, são completamente infundadas”, afirma o ministro da Saúde, Mikhail Murashko.

A Rússia informou esta quarta-feira que o primeiro lote será lançado dentro de duas semanas e que os médicos deverão ser vacinados com a mesma. A vacinação em massa no país está prevista começar no mês de outubro.

No entanto, a Associação de Organizações de Ensaios Clínicos (OTCA), com sede em Moscovo, já veio pedir ao ministério da saúde russa para adiar a aprovação da vacina até que o ensaio final seja concluído. “A nossa tarefa agora é alertar a população porque até ao momento não entendemos como eles (as autoridades) vão realizar a vacinação em massa”, salienta a diretora-executiva Svetlana Zavidova à “Reuters”.

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