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“Não há nenhum impedimento legal”. Líder parlamentar do CDS-PP defende António Costa no apoio a Luís Filipe Vieira

Telmo Correia, que também faz parte da comissão de honra de recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, diz que as críticas ao apoio do primeiro-ministro são “hipócritas” e “populistas” e que apoio ao atual presidente do Benfica depende apenas da “consciência” de António Costa.
  • Cristina Bernardo
15 Setembro 2020, 13h32

O líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, afirmou esta segunda-feira que “não há nenhum impedimento legal” ao apoio do primeiro-ministro, António Costa, à recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. Telmo Correia, que também faz parte da comissão de honra de recandidatura de Luís Filipe Vieira, diz que as críticas são “hipócritas” e “populistas” e que apoio depende apenas da “consciência” de António Costa.

“O primeiro-ministro ou qualquer outra pessoa pode estar numa comissão de honra, que não é mais do que, no fundo, uma lista de pessoas que declaram o seu apoio e que se esgota na hora da eleição. A comissão de honra não é um órgão do clube. É um conjunto de pessoas que dizem ‘eu acho que o presidente deveria ser este senhor'”, afirmou Telmo Correia, no programa “Grandes Adeptos” da Antena 1, no qual é comentador desportivo.

Segundo Telmo Correia, o facto de ele e António Costa – que se conhecem desde os tempos antes do liceu mas estão em campos políticos opostos – estarem juntos na comissão de honra de recandidatura de Luís Filipe Vieira só demonstra que isso não tem nada a ver com política. “Se isto tivesse a ver com política, seguramente seria impensável eu e António Costa estarmos juntos. Politicamente não concordamos em nada”, salientou.

Telmo Correia adiantou ainda que António Costa esteve noutras comissões de honra do Benfica, tal como ele próprio esteve, e que pensa que, “na última, já era primeiro-ministro e estava lá”. “Mas vamos ser justos e rigorosos. Não foi ele [António Costa] que arranjou um problema. Ele foi convidado e aceitou”.

“Eu não seria eleito para órgãos do clube porque acho que não devo. Mas não tenho problema nenhum em estar numa comissão de honra. Agora, eu também não sou primeiro-ministro. Se fosse primeiro-ministro estaria? Provavelmente não. Mas isso é uma questão à consciência dele, porque não há nenhum impedimento legal ou outro. Ele é que deve saber se pode ou não”, sublinhou o líder parlamentar do CDS-PP.

O dirigente democrata-cristão acrescentou ainda algumas das críticas que foram feitas por vários intervenientes políticos e desportivos são “hipócritas, populistas e outras pouco sustentáveis”.

“Não podem vir críticas de quem no passado fez exatamente o mesmo ou muito parecido”, disse, apontando para o líder do Chega, André Ventura, que veio criticar o apoio de António Costa a Luís Filipe Vieira, mas em 2016 foi promotor do movimento de apoio à recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. André Ventura não desempenhava, no entanto, funções de deputado na Assembleia da República.

Telmo Correia admitiu, contudo, que há uma suspeição em relação a dirigentes de futebol, mas sublinhou que alguns dirigentes desportivos foram durante décadas “arguidos crónicos e que agora têm a suprema lata de vir pregar lições de moral e dizer coisas que não são verdade”, referindo-se ao presidente do FC Porto, Jorge Pinto da Costa, que veio dizer que o apoio de António Costa não é “benéfico” para Luís Filipe Vieira.

Sobre os alegados crimes em que Luís Filipe Vieira esteve envolvido, Telmo Correia saiu em defesa do presidente do Benfica: “Têm a ver com a sua atividade enquanto presidente do Benfica? Não, não tem. É a sua atividade profissional privada que não tem a ver com a gestão do Benfica. Como presidente do Benfica, a sua gestão tem sido extraordinária. Depois há um processo [Operação Lex] que cruza com o Benfica, mas nesse processo, ele não foi sequer acusado até ao momento”, disse.

E concluiu: “Não podemos ter presidentes de clubes, que estavam em julgamentos e que usavam as claques dos clubes como guarda pretoriana, e um presidente de um clube que até agora não foi acusado de nada e que, nos processos que esse clube teve na justiça, esse clube ganhou sempre, não poder ser elegível (…) Eu acho que este presidente é o melhor presidente para continuar”.

A presença de António Costa e Telmo Correia na comissão de honra de recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica foi noticiada este sábado pelo jornal “Expresso”.

Além de António Costa e Telmo Correia, a comissão de honra inclui também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e mais de 500 nomes de várias áreas e quadrantes políticos: o ex-ministro da Administração Interna do PS, Rui Pereira; o deputado do PSD, Duarte Pacheco; o presidente do Câmara Municipal do Seixal pela CDU, Joaquim Santos; António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal.

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