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”Não os queremos aqui”. Protestos em Tijuana contra a caravana de imigrantes da América Central

Centenas de manifestantes protestaram este domingo em Tijuana, juto à fronteira com os Estados Unidos, contra a caravana de migrantes de três mil migrantes centro-americanos que chegou à cidade. O Governo Federal antecipa que esse número chegue aos 10 mil nos próximos dias.
  • Getty Images/John Moore
19 Novembro 2018, 15h27

Centenas de habitantes da cidade mexicana de Tijuana, fronteiriça com os Estados Unidos, protestaram este domingo contra a caravana de migrantes da América Central que chegou à cidade, com expressões xenófobas disfarçadas com apelos à lei e à ordem, noticiou indicou a agência noticiosa ”Associated Press” (AP).

”Não os queremos aqui” ecoou a frase entre os protestantes que se juntaram na fronteira perante três mil migrantes da caravana que se começaram a concentrar em Tijuana nos últimos dias. O Governo federal mexicano calcula que o número total possa ascender a 10 mil pessoas.

Os inspetores fronteiriços dos EUA estão a processar apenas 100 pedidos de asilo por dia no principal posto fronteiriço de Tijuana, a caminho de San Diego. Os requerentes de asilo registam a sua identidade num bloco de notas gerido por migrantes, e que já possuía mais de três mil nomes antes da chegada da caravana, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

Convocados nas redes sociais pelo “Movimento cidadão contra o caos da caravana migrante”, os manifestantes concentraram-se na rotunda Cuauhtémoc, no centro de Tijuana, e quando era cancelada uma manifestação de apoio a esta caravana que saiu das Honduras há um mês. “Desperta México, não queremos problemas, fora os maras [grupo criminoso centro-americano], México para os mexicanos”, gritaram os manifestantes.

“Os migrantes entraram violando a soberania mexicana e humilhando-nos. Não vamos permitir que eles fiquem e entrem como querem no México e em Tijuana, por uma Tijuana melhor não devemos permitir que tragam delinquentes”, disse um homem encapuçado, vestido com uma camisola da seleção mexicana de futebol.

“Em Tijuana não estamos contra os migrantes que queiram melhorar a sua vida, o que se pede é ordem e que se respeite a lei”.

“Já temos seis mil haitianos que trabalham em Tijuana, já há hondurenhos e guatemaltecos, e isto não é uma caravana, é uma invasão”, acrescentou um outro manifestante.

Maioria dos migrantes que chegaram a Tijuana na caravana vieram das Honduras, um país com nove milhões de população. Muitos deles, entrevistados por agências noticiosas norte-americanas, admitiram ter abandonado o país devido a ameaças de morte. Alguns decidiram regressaram face às dificuldades da viagem. O embaixador hondurenho em México revelou à ”AP” que mais de 1.800 migrantes já regressaram ao país. ”Queremos que voltem”, admitiu.

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