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“Não posso comentar”. Saúde pública norte-americana não comenta decisões de Donald Trump

A chefe do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos diz que o Centro de Controlo de Doenças trabalha em estreita colaboração com a OMS e com a China – mesmo que neste caso precise de melhorias.
26 Março 2020, 17h38

Sarah Bennett, chefe do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos, recusou comentar a possível decisão do presidente Donald Trump de abrir as deslocações no país no período de Páscoa – na tentativa de relança a economia do país. Em conference call com um grupo restrito de jornalistas da qual o Jornal Económico faz parte, e à pergunta sobre se seria realista a abertura proposta e que sinal daria ao mundo essa abertura pela Casa Branca, Sarah Benett afirmou que “não posso comentar as decisões domésticas” à pandemia.

Aquela responsável limitou-se a dizer que o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano, de que também é responsável, “apoiar atualmente muitos países parceiros para implementarem ou utilizarem as medidas que são consideradas as melhores práticas para controlar a pandemia em cada país”.

Mais adiante, diria que “o CDC está comprometido em ajudar a adaptar as melhores práticas para controlar a propagação da pandemia do COVID-19. A prática de medidas preventivas é a melhor maneira de evitar o vírus. É por isso que continuamos a enfatizar a lavagem frequente das mãos, e quem pensa que está doente deve usar uma máscara”. O regime de quarentena não fez parte da resposta daquela responsável.

Sarah Bennett disse que “o governo  dos Estados Unidos trabalha em estreita colaboração com os parceiros internacionais e governos estrangeiros em todo o mundo para apoiar os países a se prepararem, prevenirem, identificarem e responderem às ameaças à saúde”. Nomeadamente, afirmou, “com a Organização Mundial da Saúde, OMS. Temos funcionários em mais de 60 países a trabalharem com os nossos parceiros”.

“O CDC está a apoiar os países para levarem a cabo as recomendações da OMS sobre a identificação de pessoas que podem ter Covid-19 e a fazer o acompanhamento da pandemia. Muitos países que receberam assistência do CDC no passado e estão a usar essa experiência para se preparar, detectar e responder à Covid-19”.

Esta colaboração estende-se à China: “o  CDC e o governo da China colaboraram nos últimos 30 anos para abordarem as prioridades de saúde pública que afetam os Estados Unidos, a China e o mundo. O CDC trabalha em estreita parceria com a China, os centros nacionais de epidemiologia e virologia, hospitais e instituições académicas. Além disso, o CDC apoia os parceiros chineses na monitorização de vírus sazonais e novos, além de aprimorar os esforços para detectar e responder aos vírus sazonais aviários e outros vírus com potencial pandémico”.

“A equipa do CDC também se juntou à missão da OMS na China para apoiar os esforços para entender melhor a gravidade e a disseminação da Covid-19. O CDC está constante preparação para surtos, não importa onde eles comecem ou o que os causa”, disse ainda.

Mas, na opinião daquela responsável, nem toda a informação necessária chega aos Estados Unidos: há informação que o CDC gostaria que fosse partilhada ou que houvesse espaço para melhorias nessa área, para que ambos os lados pudessem trabalhar juntos os problemas”.

À responsável do CDC foi questionado sobre se as sanções internacionais impedem ou não a ajuda humanitária ao Irão. Mas a resposta também não era possível – apesar de o tema não ser ‘caseiro’: “o CDC não está  em posição  de abordar sanções e o que elas podem impedir em termos de ajuda humanitária aos países. Essa questão deve ser enviada ao Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

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