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NATO aponta China como potencial ameaça para área euro-atlântica

No documento, realizado por dez especialistas escolhidos pelo secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, refere-se a China não apenas como uma ameaça para os Estados Unidos, mas também para os países europeus, que têm tentando manter-se neutros face à crescente rivalidade entre as duas maiores economias do mundo.
2 Dezembro 2020, 08h16

Um relatório da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) divulgado hoje retrata pela primeira vez a China como “potencial ameaça militar”, não apenas para os Estados Unidos, mas também para a Europa.

O relatório, que delineia os principais objetivos do sistema de defesa coletivo que une 30 Estados ocidentais ignora as repetidas promessas de Pequim de ascender pacificamente a superpotência global.

No documento apela-se ao “aumento da capacidade para antecipar e reagir às atividades chinesas que minam a segurança dos aliados”.

A organização, que aponta que uma “coexistência pacífica” com Moscovo “está aberta para discussão”, revela-se mais assertiva quanto à China, apontando a “vontade” de Pequim de “usar a força” contra os países vizinhos e a “rapidez da modernização militar” em curso no país.

A NATO, que integra Portugal, apela assim a uma parceria com a Índia, principal rival da China no sul da Ásia.

“A longo prazo, é cada vez mais provável que a China projete poder militar globalmente, incluindo na área euro-atlântica”, destaca-se no relatório.

“Se os aliados forem ameaçados pela China, a NATO deve ser capaz de demonstrar a sua capacidade como um ator eficaz para fornecer proteção”, aponta-se.

No relatório acrescenta-se que a NATO “deve dedicar muito mais tempo, recursos políticos e ações aos desafios de segurança colocados pela China” e “deve melhorar a sua capacidade de coordenar estratégias e salvaguardar a segurança dos aliados face à China”.

No documento, realizado por dez especialistas escolhidos pelo secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, refere-se a China não apenas como uma ameaça para os Estados Unidos, mas também para os países europeus, que têm tentando manter-se neutros face à crescente rivalidade entre as duas maiores economias do mundo.

Por outro lado, aconselha-se a que se “aprofunde as consultas e cooperação” com a Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul.

“A China deve ser considerada em futuras negociações sobre o controlo de armamento, especialmente no contexto de armas nucleares e mísseis balísticos”, salienta-se.

“Embora a China não represente uma ameaça militar imediata para a área euro-atlântica na escala da Rússia, [o país asiático] está a expandir o seu alcance militar no Atlântico, Mediterrâneo e Ártico, a aprofundar os laços de defesa com a Rússia e a desenvolver mísseis e aeronaves de longo alcance , porta-aviões e submarinos de ataque nuclear com alcance global, extensas capacidades baseadas no espaço e um arsenal nuclear maior”, enumera-se.

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