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Navalny: NATO vai debater implicações do caso de envenenamento

A NATO reúne-se nesta sexta-feira para avaliar as implicações do envenenamento com ‘novichok’ do líder opositor russo Alexei Navalny.
  • EPA/ Sergei Ilnitsky
3 Setembro 2020, 20h09

A NATO reúne-se nesta sexta-feira para avaliar as implicações do envenenamento com ‘novichok’ do líder opositor russo Alexei Navalny, anunciou hoje um porta-voz da Aliança Atlântica.

A NATO tinha anunciado em comunicado uma reunião na sexta-feira “ao nível de embaixadores”, sem precisar os temas na agenda. Após a reunião está prevista uma conferência de imprensa do secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.

Questionado pela agência AFP, um porta-voz da NATO disse que “o anúncio da Alemanha de que Navalny foi vítima de envenenamento com ‘novichok’ está na agenda”. Na reunião, responsáveis alemães vão informar os aliados, na sequência do anúncio pelo Governo de Berlim de que dispõe de “provas inequívocas” de que o líder opositor, de 44 anos, foi envenenado com aquele o agente neurotóxico.

Nesta quarta-feira, Stoltenberg condenou o envenenamento de Navalny e exigiu uma investigação completa e independente pela Rússia. “Consultaremos com a Alemanha e todos os aliados da NATO sobre as implicações”, disse Stoltenberg.

Principal opositor do Presidente russo Vladimir Putin, conhecido pelas investigações anticorrupção a membros da elite russa, Alexei Navalny, 44 anos, foi internado a 20 de agosto, em coma, num hospital de Omsk, na Sibéria, e transferido a 22 de agosto para um hospital de Berlim.

Entretanto, a União Europeia apelou a Moscovo para promover um inquérito em torno do possível envenenamento de Alexei Navalny, e não excluiu a aplicação de sanções. “O governo russo deve fazer o possível para promover um inquérito aprofundado sobre este crime e com toda a transparência”, referiu em comunicado Jospep Borrell, o representante da diplomacia dos 27 Estados-membros.

O texto admite ainda a aplicação de sanções: “A União apela a uma resposta internacional comum e reserva-se no direito de efetuar ações apropriadas, incluindo medidas restritivas”. O comunicado “condena com a maior firmeza a tentativa de assassínio de Alexei Navalny, que foi envenenado por um agente químico neurotóxico militar do grupo ‘Novitchok’, semelhante ao utilizado na tentativa de assassinato” contra o duplo agente russo Serguei Skripal e sua filha Ioulia em 2018 em Inglaterra.

“A impunidade não deve ser e não será tolerada”, acrescentou Borrell. “A União Europeia convida a Federação da Rússia a cooperar plenamente com a Organização para a proibição das armas químicas [OPAQ] para garantir um inquérito internacional imparcial”, acrescenta o comunicado.

Principal opositor do Presidente russo, Vladimir Putin, e conhecido pelas investigações anticorrupção a membros da elite russa, Alexei Navalny, 44 anos, está internado, em coma, desde 20 de agosto. O político sentiu-se mal durante um voo de regresso a Moscovo, após uma deslocação à Sibéria. Foi primeiro internado num hospital de Omsk, na Sibéria, tendo sido transferido, posteriormente, para o hospital universitário Charité, em Berlim.

Na semana passada, os médicos alemães indicaram que Navalny apresentava indícios de ter sido envenenado por “uma substância do grupo dos inibidores de colinesterase”. O hospital pediu a colaboração do laboratório militar de farmacologia e toxicologia de Munique (Baviera), no qual trabalham os maiores especialistas alemães em substâncias tóxicas e agentes químicos.

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