As ações da Navigator desvalorizam 3,81% na praça lisboeta, para 8,7700 euros, numa altura em que a empresa de pasta e papel poderá ver o lucro líquido deste ano reduzido em 45 milhões de euros e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 66 milhões de euros devido à atualização da taxa anti-dumping pelos Estados Unidos da América (EUA).
O receio de quebra nos seus cofres deve-se ao facto de os Estados Unidos terem decidido aplicar uma taxa anti-dumping de 37,34% retroativa ao papel vendido pela portuguesa Navigator entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017. Durante esse período, a taxa provisória e sob revisão era de 0% pelo que a Navigator irá contestar a decisão, segundo anunciou em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), divulgado este fim de semana.
Segundo as contas da própria empresa, à taxa de câmbio atual, este é o impacto estimado de uma decisão “intencional” com “o objetivo de aumentar a taxa final sobre vendas de papel Navigator para os EUA”. Na nota ao regulador do mercado, a empresa liderada por Diogo Rodrigues de Silveira informou que vai recorrer dessa decisão e interpor uma providência cautelar para impedir a Alfândega dos EUA de aplicar a nova taxa sobre as importações efetuadas durante o primeiro período de revisão.
No segundo trimestre deste ano, o lucro líquido da papeleira disparou 24,3%, em termos homólogos para 66,2 milhões de euros, beneficiando das subidas dos preços. “Importa referir que, apesar da manutenção das expectativas positivas para o crescimento das principais economias mundiais, em particular para a economia norte-americana e europeia, existe também uma crescente volatilidade nos mercados, fruto dos receios das potenciais consequências do aumento das tensões comerciais”, adiantou a Navigator, aquando da divulgação dos seus últimos resultados e contas.
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