Neeleman quer solução rápida para limite de capacidade do aeroporto de Lisboa

David Neeleman, o principal acionista privado da TAP, exigiu hoje uma solução rápida ao Governo português e à ANA (Grupo Vinci), concessionária do aeroporto, para as limitações de capacidade que enfrenta o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

“A minha maior preocupação é a capacidade do aeroporto [de Lisboa]. Podemos comprar aeronaves maiores, mas temos de resolver os problemas de capacidade [do aeroporto]. Estamos a trabalhar muito com a ANA e com o Governo, para saber como podemos aumentar a capacidade do aeroporto”, revelou David Neeleman, no final da assembleia geral da TAP, que teve hoje, quarta-feira, dia 31 de janeiro, lugar num hotel, em Lisboa.

“Cada vez que compramos uma aeronave, temos de empregar mais 100 pessoas, que pagam impostos e contribuem para a economia”, relembrou David Neeleman.

“Temos de nos sentar juntos e, sem críticas, resolver isso rápido”, sublinhou o principal acionista privado da companhia aérea nacional.

O empresário adiantou que a TAP tem vários projetos de novas rotas e frequências em estudo. “Estamos a pensar fazer mais voos para os Açores, para os Estados Unidos, vamos colocar mais aeronaves no Porto”, anunciou.

David Neeleman adiantou ainda que “estamos a pensar alguma coisa na Madeira, mas temos de ter uma capacidade maior que 38 operações por hora [no aeroporto de Lisboa]; estamos limitados por isso”.

David Neeleman abordou também a chegada à TAP dos novos Airbus A320 e A321, apontando abril como o mês previsto para primeira entrega e setembro o mês  projetado para o arranque da operação comercial dos novos aparelhos.

“São 16 ‘widebodies’ [aviões de grandes dimensões] novos que vamos receber. Nos próximos 18 meses teremos uma frota completamente nova. Temos muito trabalho pela frente”, assumiu o empresário.

Sobre a passagem de testemunho no cargo de CEO da TAP, com a saída de Fernando Pinto e a sua substituição por Antonoaldo Neves, David Neeleman disse: “estou muito grato a Fernando Pinto; o trabalho que ele fez aqui é incrível”.

O accionista da TAP relembrou o trabalho feito no mercado brasileiro, destacando que, “hoje, mais de 30% das pessoas que viaja entre a Europa e o Brasil de avião, viaja na TAP”.

“Salvou a companhia”, sintetizou David Neeleman.

Recordando que Fernando Pinto “passou por oito Governos, por 11 ministros, com o Governo a não poder colocar dinheiro na TAP”, David Neeleman adiantou que o antigo CEO da TAP “vai ficar colado ao lado de Antonoaldo Neves, que vai aproveitando as coisas que sabe de Portugal e os muitos anos de conhecimento”.

Sobre Antonoaldo Neves e a comparação com Fernando Pinto, o maior acionista privado da TAP respondeu que “todo o brasileiro é bonzinho”.

“Acho que os dois têm as suas forças. Antonoaldo Neves vai trazer uma nova maneira de trabalhar, focado nos resultados, mas mantendo a nossa cultura aqui. As pessoas que trabalham na TAP têm muita paixão. Vamos continuar o trabalho que Fernando deixou”, resumiu David Neeleman.