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Netanyahu acusado formalmente de corrupção pela justiça israelita

Um tribunal israelita avançou com a acusação formal horas depois do primeiro-ministro ter retirado o pedido de imunidade que tinha feito ao Knesset, o parlamento de Israel.
  • Atef Safadi/Reuters
28 Janeiro 2020, 15h15

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi esta terça-feira formalmente indiciado por acusações de corrupção, poucas horas antes de se encontrar com o presidente Donald Trump, em Washington, para a inauguração do tão esperado plano do governo norte-americano para o Médio Oriente. Netanyahu insiste que é inocente e acusa as investigações de “tentativa de golpe” conduzidas pela esquerda e pelos media.

De acordo com a notícia avançada pelo CNN, Netanyahu foi também acusado de suborno, fraude e quebra de confiança em três casos separados de corrupção. A acusação foi apresentada no Tribunal Distrital de Jerusalém esta manhã pelo  procurador-geral Avichai Mandelblit, logo depois de Netanyahu ter recuado no seu pedido para imunidade parlamentar, uma moção que tinha poucas probabilidades de ser aprovada. O primeiro-ministro de Israel justificou a sua decisão de retirar o pedido de imunidade com o facto de “não querer continuar este jogo sujo”, referindo-se ao debate que ia ter lugar no Knesset para analisar o seu pedido de imunidade.

As acusações no tribunal significam que Netanyahu será o primeiro primeiro ministro a ser julgado na história do país. A data do julgamento ainda não foi definida, mas o processo legal poderá levar anos até ser concluído, explica a CNN.

Sob a lei israelita, Netanyahu não precisa renunciar à acusação. Em vez disso, só precisa de renunciar o cargo se for condenado e se essa convicção for não for alterada por um recurso em tribunal.

As acusações contra Netanyahu, relacionadas com três casos separados de corrupção, foram reveladas em novembro. Os procuradores consideram que no Caso 4000, Netanyahu apresentou benefícios regulatórios no valor de mais de mil milhões de shekels (cerca de 261 milhões de euros) ao amigo milionário Shaul Elovitch, dono do site de notícias Walla!, como parte do seu controlo da empresa de telecomunicações Bezeq.

Os procuradores argumentam que, em troca, Netanyahu, que enquanto primeiro ministro também tinha a pasta do Ministério das Comunicações de Israel, recebeu uma cobertura de notícias favorável no Walla! bem como poder sobre a escolha de histórias e linguagem usada.

 

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