O cofundador do Partido Brexit Nigel Farage disse esta quarta-feira que os britânicos não estão apenas “a celebrar apenas a saída” da União Europeia, mas o facto de a democracia estar a funcionar. “O Reino Unido não se sentia incluído, não podia continuar a ser o membro queixoso desta União”, afirmou esta manhã, em conferência de imprensa a partir de Bruxelas.
O ex-presidente do UKIP recordou aos jornalistas o início o processo de divórcio entre Londres e Bruxelas, mesmo antes do referendo de 2016. “Éramos apenas três com esta ideia, comecei a pensar que seguia era o defensor das causas perdidas (…). Depois, o euroceticismo tornou-se mainstream no Reino Unido, e agora vamos sair. Não há volta a dar. Isto é uma vitória”, admitiu, naquela que é a sua última semana no Parlamento Europeu.
O político britânico argumentou que Bruxelas está, neste momento, desconectada da maioria dos cidadãos e que o Brexit – que está agendado para esta sexta-feira – significa, constitucionalmente, um dos momentos históricos mais importantes do Reino Unido desde o final da Segunda Guerra Mundial, altura em que o país estava sobre a liderança de Churchill.
“Isto foi um exercício democrático, e toda a gente foi clara: o voto vai ser tido em conta e implementado”, frisou. Ainda assim, Nigel Farage tem consciência de que ficar “preso” a um mau acordo com a União Europeia seria prejudicial até para a competitividade da economia britânica.
Para o membro do Parlamento Europeu, apesar de apoiar uma reforma, o sistema político britânico funciona. Por outro lado, acredita que a Itália dificilmente superará uma nova crise financeira europeia. “Acho que o Brexit é apenas o início de uma reconfiguração na Europa”, referiu ainda.
“A festa acabou”, disse Nigel Farage ao despedir-se da sala.
O Parlamento Europeu vai votar esta tarde, às 18h00, o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeu, depois de um debate que terá início pelas 16h15 (hora local). O Acordo de Saída precisa de ser aprovado pelo Parlamento Europeu por maioria simples dos votos expressos (artigo 50.°, n.º 2, do Tratado da UE e artigo 88.º do Regimento) para poder entrar em vigor.
*A jornalista viajou para Bruxelas a convite da representação portuguesa da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu
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