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Nike aproveita efeitos da pandemia para reinventar modelos de negócio

A gigante mundial de artigos desportivos decidiu acelerar a transformação digital iniciada há alguns anos atrás e, à semelhança do que todos os gigantes do retalho estão a fazer, vai recorrer à Internet para evitar os efeitos de uma possível nova pandemia e enfrentar a onda de mudanças nos hábitos de consumo.
29 Junho 2020, 17h49

Após sofrer prejuízos no quarto trimestre, a Nike apresentou um conjunto de medidas para adaptar a sua estratégia aos tempos que correm. Mais digital, menos intermediários e mais produtos para mulheres e crianças, são algumas das linhas para combater o impacto da pandemia de Covid-19, segundo o portal “Palco23”.

A Nike encerrou 2019 com uma queda de 4% no seu volume de negócio global, para os 39 mil milhões de dólares (34 mil milhões de euros), enquanto que o resultado líquido caiu 37%, de 4 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) em 2018 para 2 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) em 2019.

No quarto trimestre (de março a maio), o impacto do Covid-19 foi ainda maior, as vendas caíram 38% e o resultado ficou a vermelho, com perdas de 790 milhões de dólares (702 milhões de euros).

Perante estes resultados, a gigante mundial de artigos desportivos decidiu acelerar a transformação digital iniciada há alguns anos atrás e, à semelhança do que todos os gigantes do retalho estão a fazer, vai recorrer à Internet para evitar os efeitos de uma possível nova pandemia e enfrentar a onda de mudanças nos hábitos de consumo.

Essa mudança será acompanhada pela redução do número de funcionários da empresa, através de um plano de ajuste de pessoal que será finalizado nesta semana, de acordo com o “Financial Times”. Após a apresentação dos resultados, John Donahoe, presidente executivo da Nike, escreveu um email para toda a equipa a informar que as demissões terão início no próximo mês (julho).

Donahoe afirmou que a Nike vai recorrer às ferramentas online para “construir relações mais profundas e significativas com os consumidores”, com base num novo mercado. “Os consumidores querem experiências modernas e contínuas, online e offline, por isso estamos a acelerar a nossa abordagem”, explicou.

A estratégia ‘One Nike Marketplace’, será liderada pela área digital da Nike e pelas próprias lojas do grupo, além de um “número menor” de parceiros. O objetivo da empresa é ter dados, inventário e um banco de dados comum de clientes nos três canais, o que dará “melhor acesso” aos clientes e mais velocidade.

Outra das estratégias da gigante norte-americana é investir no desenvolvimento de mais produtos para mulheres e crianças, concentrando-se em áreas como a inovação, criação de produtos, marketing, merchandising e distribuição. A empresa acredita que focar-se nos clientes e não nas categorias pode responder melhor às necessidades dos consumidores e “abrir novas oportunidades” para os negócios.

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