A REN – Redes Energéticas Nacionais garante que vai continuar em tribunal contra a Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE).
“Estamos a lutar nos tribunais. Estes processos demoram muito tempo. A taxa causa um grande fardo nas nossas contas”, disse o presidente da empresa na sexta-feira, 14 de maio, durante a apresentação do plano estratégico da empresa.
Rodrigo Costa apontou que a CESE tem um peso de 25% nos lucros da empresa. Em 2020, registou lucros de 109,2 milhões, menos 8,1% face a período homólogo.
“Decidimos pagar e disputar nos tribunais. Vamos continuar a lutar porque achamos que temos razão”. Esperamos que a taxa se vá embora nos próximos anos”, segundo o líder da REN.
No plano estratégico, a REN assume que a taxa vai “ficar no mesmo nível no futuro”, apesar de a taxa ter o fim à vista até 2025, por estar previsto que nesse ano a dívida tarifária vai deixar de existir. A CESE tem como objetivo saldar a dívida tarifária.
A taxa entrou em vigor em 2014 e tinha um âmbito temporário, mas tem sido renovada anualmente e em 2021 vai vigorar novamente pelo oitavo ano consecutivo. Além da REN, a taxa também é cobrada a outras empresas do sector energético como a Galp e a EDP.
O peso da CESE no lucro da empresa levou mesmo a empresa a anunciar que vai colocar um limite mínimo anual no pagamento dos seus dividendos: 15,4 cêntimos de euro por ação entre 2021 e 2024. Desde 2013 que a empresa tem pago 17,1 cêntimos por ação.
“Foi um assunto muito discutido no conselho de administração, somos uma empresa prudente”, explicou Rodrigo Costa, apontando que a “taxa especial coloca mais pressão no payout“, o que motivou a empresa a tomar esta decisão.
A companhia também anunciou que vai instituir um pagamento bi-anual do dividendo a partir do final de 2022. Uma parte do dividendo é pago no próprio ano do exercício em questão, com o restante valor a ser pago no ano seguinte.
A REN anunciou na sexta-feira que vai investir mais de 900 milhões de euros até 2024, anunciou hoje a empresa liderada por Rodrigo Costa. No ciclo anterior, a companhia previa um investimento de 500 milhões de euros na sua rede.
O investimento em Portugal vai rondar os 190/200 milhões de euros por ano durante este período, mais 40% face ao plano de investimento anterior, entre 2018 e 2020. No outro mercado onde está presente, no Chile, a empresa espera investir entre 10 a 15 milhões de euros por ano, face aos oito milhões anuais no plano anterior.
A maioria do investimento (150 a 175 milhões de euros por ano) destina-se à rede de eletricidade em Portugal. Deste valor, 75% destina-se à expansão da rede, com os restantes 20%-25% a terem como fim a modernização, aumento da resiliência e adaptação às alterações climáticas da rede de muito alta tensão.
A rede de transporte de gás natural, por seu turno, vai ser alvo de um investimento anual entre os 15 a 20 milhões de euros. Para a rede de distribuição de gás, a Portgás, a empresa destina 25 milhões anuais.
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