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Nova concessão dos transportes marítimos em Cabo Verde começa hoje

A nova concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga inicia-se hoje com 13 viagens sob a liderança da portuguesa Transinsular.
16 Agosto 2019, 11h06

A nova concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga entre as ilhas de Cabo Verde estreia-se esta sexta-feira, sob a liderança da portuguesa Transinsular, com a previsão da realização de pelo menos 13 viagens. A concessão do serviço público, por 20 anos, entrou em ontem em vigor (feriado nacional), pelo que apenas hoje serão realizadas as primeiras ligações, no âmbito do novo modelo de transporte marítimo.

A informação resulta de dados compilados pela Lusa com base na programação das primeiras duas semanas de operação, divulgada pela nova empresa CV Interilhas e que inclui, inicialmente, o recurso a quatro navios. De acordo com a programação, o navio “Inter Ilhas”, do armador Polaris, vai garantir hoje seis ligações entre as ilhas de São Vicente e Santo Antão.

O navio “Liberdadi”, do armador CV Fast Ferry, vai realizar hoje três viagens, assegurando ligações entre as ilhas de Santiago, Boa Vista, Sal e São Vicente. Já o navio “Kriola”, também da CV Fast Ferry, vai garantir duas viagens, entre as ilhas de Santiago (Praia), Fogo e Brava, enquanto o “Praia D’Aguada”, do mesmo armador, assegurará outras duas ligações, envolvendo as ilhas de Santiago e do Maio.

A nova sociedade que gere a concessão do serviço público, conforme concurso lançado no final de 2018 pelo Governo cabo-verdiano, é liderada pela portuguesa Transinsular, que detém uma quota de 51%. Os restantes 49% são detidos por armadores cabo-verdianos, que também fornecem navios para garantir as ligações.

Em fevereiro, após a cerimónia de assinatura do contrato de concessão, na cidade da Praia, o presidente do conselho de administração da portuguesa Transinsular afirmou que o transporte marítimo em Cabo Verde vai contar com cinco navios, menos 15 que o modelo anterior (embora os armadores possam manter ligações fora da concessão), prevendo a concessionária um investimento inicial de meio milhão de euros.

A oposição cabo-verdiana tem vindo a criticar esta solução, acusando que retira o serviço aos armadores nacionais, enquanto o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considera que este modelo “vai mudar Cabo Verde”.

A nova concessão permitirá, na opinião do chefe do Governo, “disponibilizar ao país ligações marítimas interilhas em condições de regularidade, previsibilidade, qualidade e segurança”.

O novo modelo irá “permitir às pessoas, aos empresários, aos produtores programarem as suas viagens, as suas produções, porque sabem que quando tiverem de viajar e escoar os seus produtos sabem em que dia o podem fazer”, disse Ulisses Correia e Silva.

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