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Nova Iorque quer proibir negócios ‘cashless’

Um relatório do Departamento de Proteção ao Consumidor e Trabalhador de Nova Iorque, datado de 2019, revelou que 11% das famílias residentes na cidade não têm conta bancária.
  • Nova Iorque, EUA
24 Janeiro 2020, 17h55

O conselho da cidade de Nova Iorque votou favoravelmente a proibição dos negócios cashless (que não utilizem moedas ou notas). Os políticos que deram o ‘sim’ a esta lei assumiram que este é um esforço para conter “os excessos da economia digital”, segundo a informação divulgada pela imprensa norte-americana.

Os defensores da proibição defendem que os pagamentos unicamente eletrónicos discriminam quem não tem conta bancária ou acesso a crédito por parte de uma entidade bancária, que são nomeadamente pessoas com trabalhos precários e imigrantes ilegais. A votação aprovada por unanimidade garante multar os pontos de venda, incluindo lojas e restaurantes, que se recusem a aceitar pagamentos em dinheiro físico.

Nova Iorque quer, assim, seguir o exemplo de cidades como Nova Jérsia São Francisco (Califórnia) e Filadélfia (Pensilvânia). Para chegar a ‘bom porto’, o diploma tem de ter a ‘luz verde’ do presidente da Câmara de Nova Iorque, Bill De Blasio. Caso se torne lei, Nova Iorque será a mais recente cidade a proibir as empresas de aceitar apenas pagamentos com cartão ou novas tecnologias.

“Em Nova Iorque as empresa já não têm o direito de recusar dinheiro [e] efetivamente discriminar clientes que não têm acesso a crédito e débito”, apontou o deputado Ritchie Torres, um dos principais patrocinadores do projeto. Ao jornal “New York Times”, o deputado assumiu que “estamos a controlar os excessos da economia digital”.


Um relatório do Departamento de Proteção ao Consumidor e Trabalhador de Nova Iorque, datado de 2019, revelou que 11% das famílias residentes na cidade não têm conta bancária enquanto perto de 22% das famílias estão “sem banco”, o que significa que utilizam alternativas às contas bancárias para alguns pagamentos.

“Forçar os clientes a usar apenas crédito ou débito é um modelo de negócios discriminatório que prejudica pessoas com salários baixos, pessoas de cor, imigrantes sem documentos e idosos”, disse Stuart Appelbaum, presidente do Sindicato do Retalho, Comércio Grossista e Loja de Departamentos.

“As comunidades de cor na cidade de Nova Iorque têm duas vezes mais probabilidade de não receberem serviços bancários e muito menos chances de hospedar uma agência de um banco do que a média nacional”, disse. “Essa lei crítica garante que todos possam comprar ou comer em qualquer loja de nossa cidade”, sublinhou o responsável.

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