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Nova semana, novidades velhas em Wall Street

Aliado ao facto de as variações médias diárias serem este mês de apenas 0,5%, pinta bem o cenário de um mercado a ser “embalado” pela mão invisível do dinheiro barato e da liquidez abundante.
18 Novembro 2019, 14h56

Mais do mesmo, é o que se pode dizer desta semana que começa na onda das semanas anteriores, num ritmo quase constante desde a reunião do FED que resultou na terceira redução dos juros este ano nos EUA.
Guerra comercial e pouco mais, com alguns salpicos de outras notícias, mas sem dúvida o que tem dominado o sentimento é os “avanços e recuos” aparentes desta novela, com o último desenvolvimento a ser deste fim de semana, quando as partes tiveram mais uma ronda de “conversas produtivas”, seja lá o que isso for, tendo em conta o paradigma da iminência constante de um acordo, segundo a tese dos responsáveis da administração norte-americana.
E mais do mesmo porque o sentido de Wall Street mantém-se igual, devagar, devagarinho rumo a novos máximos históricos, mas sem qualquer entusiasmo ou grandes fundamentos para tal, pelo menos é esse o sentimento generalizado entre os analistas de mercado, ou seja existe um vazio de catalisadores fundamentais, que a postura dos principais bancos centrais do mundo transforma nesta tendência ténue, mas definitivamente ascendente.
Os dados são inequívocos sobre este “marasmo optimista”, nas últimas 29 sessões não ocorreram duas consecutivas em sentido negativo, algo que não aconteceu nos últimos 14 anos, aliado ao facto das variações médias diárias serem este mês de apenas 0,5%, pinta bem o cenário de um mercado a ser “embalado” pela mão invisível do dinheiro barato e da liquidez abundante.
Monotonia esta que não indicia uma alteração de rumo para os próximos tempos, visto que uma correcção nos índices é geralmente antecedida por uma fase de volatilidade acrescida, um indicador que está perto dos mínimos dos últimos quase 30 anos. Quer isto dizer que os investidores estão numa clara fase de complacência, mas sem ainda se ter chegado ao território em que esse laxismo seja abalado pela realidade.
Veremos nos próximos meses se os eventos políticos e a economia conseguirão dar fundamento para as avaliações de mercado, sendo que a Organização Mundial do Comércio disse hoje que, por causa do conflito comercial, o comércio de produtos a nível global cresceu apenas 0,2% neste segundo trimestre, contra os 3,5% do mesmo período em 2018, e que estes últimos três meses do ano serão igualmente de crescimento residual.
O gráfico de hoje é da S&P500, o time-frame é semanal.
Do ponto de vista técnico, o principal índice accionista ainda tem algum espaço para crescer antes de atingir a resistência localizada na linha superior do canal (linhas a laranja).
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