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Novo Banco Cultura continua a investir fora de Lisboa

Graça Fonseca e António Ramalho fizeram um balanço do primeiro ano do projeto que envolve o Estado e o Novo Banco. Revelaram que museus vão receber novas obras e nenhum deles se é em Lisboa.
  • Cristina Bernardo
29 Janeiro 2019, 20h58

Quando o Novo Banco foi adquirido pela Lone Star, formaram uma parceria com o Ministério da Cultura, de forma a que as suas posses culturais como fotografias e quadros de pintores portugueses reconhecidos não fossem vendidas e dados como perdidas pelo banco. Esta parceria foi estabelecida de forma a que o património permaneça em Portugal, independentemente de quem adquira ou concessione a instituição bancária.

Assinado o acordo em 2017 e tendo sido posto em prática em 2018, celebrou hoje, 29 de janeiro, o seu primeiro ano de existência. Para marcar essa data, a atual ministra da cultura, Graça Fonseca, e o presidente do Novo Banco, António Ramalho, decidiram revelar os novos projetos que têm para o presente ano.

O Banco de Portugal tem uma coleção fotográfica que conta com mil obras de 300 artistas com 38 nacionalidades diferentes, a parte numismática conta com uma coleção de 13 mil moedas e a contemporânea com 98 quadros de artistas nacionais e internacionais.

No primeiro ano de existência, o Novo Banco Cultura cedeu 22 obras a 12 museus de 9 regiões em Portugal. O presidente da instituição bancária revelou que em março vão expor no MAAT e em maio no Museu do Dinheiro, e que irão integrar o programa oficial ARCO Lisboa.

Estiveram presentes vários responsáveis dos museus a quem o Novo Banco Cultura cedeu obras, como o Museu dos Coches, em que a representante afirmou que vão restaurar e limpar o quadro no Instituto José de Figueiredo, de forma a encontrar uma assinatura num quadro do século XVII. O museu de Lisboa garante que “há relatos escritos das viagens das embaixadas” e que estão escritos “detalhes que envolvem a cerimónia”, e só tomaram a decisão de limpar a pintura de óleo sobre tela “Entrada pública em Lisboa do Núncio Apostólico Monsenhor Giorgio Cornaro” por estarem confiantes que existe uma assinatura. Agradeceram ao Novo Banco porque “percebeu a importância que o quadro teve para nós”.

O responsável do Museu da Guarda declarou a importância que a oferta tinha para eles porque “permitiu aumentar o número de visitantes, especialmente de estudantes” nacionais e da vizinha Salamanca. O museu que detém pinturas de João Hogan, Júlio Resende, José de Guimarães, Luís Pinto Coelho e Nikias Skapinakis disse que “aspiravam ser capital da cultura em 2027”. O museu de Figueiró dos Vinhos descreveu a gratidão em o Novo Banco ter levado duas obras de José Malhoa de regresso a casa, garantindo que este foi um “investimento estratégico em Figueiró dos Vinhos”.

Graça Fonseca, ministra da Cultura, apontou que os dois parceiros têm um “compromisso firme com a cidade de Lisboa”. A ministra anunciou ainda que este ano chegarão a 14 regiões, 20 museus e que o projeto irá ceder 37 obras.

Quando confrontada com um balanço do primeiro ano, a ministra remeteu para os testemunhos dos museus que falaram num “impacto positivo”, “porque receberam obras de arte que estavam fora de fruição pública, uma delas até estava numa sala de refeições, e hoje em dia estão espalhadas pelo país, em diferentes regiões e podem ser vistas por várias pessoas”. Não sendo a ministra que deu início ao acordo, Graça Fonseca garantiu que não mudaria nada porque a estratégia de distribuição “assenta em dois pilares muito importantes: a descentralização, são identificados vários museus em várias partes do país, como a Madeira ou Figueiró dos Vinhos” e o outro é a articulação entre as duas instituições, sendo que “todas as decisões são articuladas entre as duas instituições para que seja uma estratégia integrada”.

O presidente do banco garante que a ideia inicial e que foi concretizada, era que “as obras ficassem em Portugal à fruição do público em geral”. O gerente aponto o número de visitantes nos museus como um sinal de que as obras têm sido bem recebidas pelo público e que o projeto tem resultado.

A cedência das próximas obras começa dia 31 de janeiro, no museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, com dois mapas portulanos do século XIX da autoria de José Fernandes Portugal. No primeiro dia de fevereiro, Angra do Heroísmo recebe duas pinturas de José Júlio de Souza Pinto, enquanto Faro recebe uma pintura flamenga do século XVII e o futuro museu de Peniche vai receber uma pintura francesa. Évora, Beja, Crato e Lamego também estão incluídos para receber obras este ano.

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