Para a instituição financeira, tratam-se de “declarações imprecisas” com “argumentos incorrectos”.
“Francisco Louçã insiste em alegadas dúvidas sobre os beneficiários últimos das aquisições da seguradora GNB Vida, acrescentando a dúvida infundada sobre a venda do BES Venetie, iniciada em 2014 e concluída em 2018”, lê-se no documento.
O Novo Banco adianta ainda que “em ambos os casos, o comentador sabe que é da responsabilidade dos reguladores, no caso da Seguradora GNB VIDA, a Autoridade de Supervisao de Seguros (ASF), no caso do BES Venetie, a ACPR (Autorité de Contrôle Prudentiel et de Résolution) e a AMF (Autorité des Marchés Financiers), bem como do Banco Central Europeu (BCE), a apreciação de idoneidade do comprador até ao beneficiário último, incluindo a avaliação de conflitos de interesses”.
Francisco Louçã tem um espaço de comentário na SIC Notícias, o programa “Tabu”, às sextas, e uma coluna de opinião semanal no “Expresso”.
No “Expresso”, o comentador responde a um desmentido anterior do Novo Banco sobre a declarações de Francisco Louçã que, na semana passada, disse que não se conhecia a identidade do último beneficiário da compra da GNB Vida.
Na edição desta semana, Francisco Louçã voltou a pressionar no mesmo sentido e diz que a venda da GNB vida tem “contornos de filme policial, dado que o Novo Banco estava a negociar a venda por 190 milhões a Greg Lindberg, um milionário entretanto condenada a mais de sete anos de prisão corrupção, e terá aceitado transmitir a venda a um novo comprador, um fundo de investimento. Esse fundo viria a beneficiar de mais um desconto e o negócio foi concluído”.
O comentador prosseguiu referindo que este fundo — que é a Apax Partners — “tem escritório na sede de Lindberg e o novo gestor da empresa é o braço direito de Lindberg” e questiona se este não será um testa de ferro de Greg Lindberg.
“António Ramalho, presidente do Novo Banco, diz que não. No entanto, questionado por jornalistas, nunca disse quem seria o verdadeiro comprador; no Parlamento, recusou responder”.
No desmentido hoje publicado, o Novo Bano sugere a Francisco Louçã “a leitura do comunicado da Autoridade de Supervisao de Seguros (ASF) de dia 10 de agosto sobre a GNB Vida, e o Esclarecimento do Fundo de Resolução publicado na edição de hoje no jornal Público (p.6). Recorde-se ainda a entrevista do CEO da agora Seguradora GamaLife ao Jornal Económico, publicada no passado dia 11 de setembro, onde se explica de forma detalhada e transparente, a questão das moradas tantas vezes referida pelo comentador, assim como a explicação detalhada sobre partes relacionadas publicada nas últimas duas edições do “Expresso””.
Recorde-se que Matteo Castelvetri, CEO da GamaLife, em entrevista ao Jornal Económico, disse que conheceu Greg Lindberg “apenas profissionalmente” e que esteve com ele, pela última vez, “em janeiro de 2019, quando se tornou claro que a sua situação seria difícil e que ele não poderia ser proprietário de um negócio de seguros”.
O CEO explicou ainda que a decisão para ‘salvar’ o negócio da venda da GNB Vida passou por “encontrar um novo acionista para a GBIG Portugal”. A GBIG Portugal era a empresa do universo empresarial de Greg Lindberg que tinha acordado a compra da GNB Vida ao Novo Banco. E é assim que apareceu a Apax Partners, que comprou a GBIB Portugal e adquiriu a seguradora.
Castelvetri vincou ainda que “desde a aquisição da GNB Vida que não temos qualquer relação, profissional ou pessoal” e explicou que quem detém a GNB Vida é a “Gomes” que foi um grupo de empresas “criadas pela Apax para lançar o nosso empreendimento de consolidação no segmento vida e adquirir a GBIG Portugal”.
“As empresas Gomes são detidas pelo fundo Apax IX e sua constituição é consistente com a estratégia de crescimento através de fusões e aquisições em vários países da Europa (ver texto ao lado). Três das empresas Gomes estão sediadas no Luxemburgo e uma no Reino Unido. A holding deste grupo, situada no Luxemburgo, é regulada pela ASF, que é a GamaLife em Portugal. Atualmente, nenhuma outra companhia de seguros faz parte do grupo para além da GamaLife”, disse o CEO da seguradora.
“A nossa estimativa era de que a GNB Vida ia perder 60 milhões por ano até 2021”
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