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Novo Banco fecha venda da Herdade dos Pinheirinhos até ao fim do ano

Mais um ativo protegido pelo mecanismo de capital contingente na calha para vender. A venda da Herdade dos Pinheirinhos à VIC Properties, teve luz verde do Fundo de Resolução.
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19 Dezembro 2019, 20h30

O Fundo de Resolução autorizou o Novo Banco a vender a Herdade dos Pinheirinhos ao VIC Properties, confirmou ao Jornal Económico fonte do banco.

A mesma fonte admite que o closing da venda seja feito até ao fim do ano.

Tal como o Jornal Económico avançou em primeira mão, o Novo Banco vai vender a Herdade dos Pinheirinhos à VIC Properties, imobiliária detida por investidores austríacos.

Segundo a notícia avançada na edição em papel do Económico de 4 de outubro, o negócio dever-se-á fazer por menos de 80 milhões de euros.

O negócio precisava da luz-verde do Fundo de Resolução, uma vez que se trata de um ativo que está abrangido pelo Mecanismo de Capital Contingente, e que já foi concedida.

Não foi possível apurar o valor deste ativo no balanço do Novo Banco, pós-imparidades, e que serviu de referência ao concurso privado que está agora a entrar na fase final.

Na fase de apresentação de propostas não-vinculativas, o brasileiro Ricardo Bellino, apresentou a proposta mais elevada de todas: 80 milhões de euros. Mas o empresário terá desistido do terreno de 200 hectares que fica em Melides, no Concelho de Grândola.

Segundo O Jornal Económico que citava fontes, nenhuma das propostas vinculativas alcançou aquele valor, onde se inclui a proposta da VIC Properties, quer tem como CEO João Cabaça.

A Herdade dos Pinheirinhos foi um projeto idealizado pelo Grupo Pelicano, grupo imobiliário de Joaquim Mendes Duarte, que investiu cerca de 167 milhões de euros no desenvolvimento de dois hotéis, três aldeamentos, quatro aparthotéis e um campo de golfe. Um projeto que foi financiado pelo BES e que está agora na mira do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

O Grupo Pelicano entrou em incumprimento e o ativo foi parar ao BES em dação em cumprimento. Depois da resolução do banco em 2014, a Herdade dos Pinheirinhos foi transferida para o balanço do Novo Banco, liderado por António Ramalho.
A partir de 2017, foram consolidadas nas contas do Novo Banco duas sociedades de promoção imobiliária. Por um lado, a Herdade do Pinheirinho Resort e, por outro, a Herdade do Pinheirinho II – Investimento Imobiliário. A primeira criada foi criada em 2007 enquanto a segunda foi estabelecida no ano seguinte.

Estas empresas pertenciam à promotora Pelicano, que tinha, em 2015, apresentado um plano de revitalização, que foi aprovado pelos credores em novembro de 2016. Na altura eram 447 os credores que reclamavam 204 milhões de euros. Destes, 69%, ou 140 milhões, eram créditos devidos ao Novo Banco.

O Novo Banco iniciou o processo da Herdade dos Pinheirinhos no final de março deste ano e foi assessorado pela Storm Harbour, uma sociedade financeira com sede em Londres e que tem como responsável António Caçorino.

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