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Novo formato das provas europeias de futebol pode ser uma realidade em 2020

O conselho executivo da Associação Europeia de Clubes (ECA) concordou em pedir à UEFA a reformulação antecipada das competições continentais para a época 2020/21. Um pedido que deverá ser ratificado na assembleia-geral da ECA em junho.
16 Maio 2019, 07h32

O novo formato das competições europeias de futebol poderá vir a ser uma realidade já na temporada de 2020-21, depois da reunião de terça-feira do conselho executivo da Associação Europeia de Clubes (ECA) em Genebra, na Suíça, segundo conta esta quarta-feira o jornal espanhol “AS”.

A reunião contou apenas com 16 representantes dos 232 clubes membros, entre os quais o administrador da SAD do Sport Lisboa e Benfica, Domingos Soares de Oliveira, além de responsáveis do FC Barcelona, Real Madrid, Paris Saint-Germain, bem como Andrea Agnelli, presidente da Juventus e da ECA.

De acordo com o diário espanhol, ficou decidido que a ECA irá solicitar à UEFA a reformulação antecipada das competições continentais para a época 2020-21, ao contrário do que estava programado acontecer somente na temporada de 2023-2024.

Javier Tebas, presidente da LaLiga, acredita que este novo modelo irá aumentar “as diferenças entre os clubes ricos e pobres, porque as equipas que joguem na primeira divisão da Europa serão mais enriquecidas com os direitos televisivos do que as restantes”.

Já para Andrea Agnelli, este novo formato trará “encontros europeus com mais qualidade desportiva e um ambiente mais competitivo a todos os níveis, o que significará mais emoções para os adeptos e mais receita para os clubes”.

A aprovação ou não deste pedido irá ser decidido na assembleia geral da ECA, que será realizada no início de junho em Malta. Em declarações ao Jornal Económico, Luís Vilar, vice-diretor da Faculdade de Ciências da Saúde e do Desporto da Universidade Europeia, sublinha que “é importante olhar para os estatutos da ECA para saber quem e quantos votos se tem na assembleia geral”.

Luís Vilar acredita que tudo vai depender do número de clubes presentes na AG e “se os clubes da periferia vão estar unidos para votar contra esta aprovação”, alertando para o facto do mesmo poder acontecer com os “emblemas da Europa central” e nesse caso a votação irá no sentido de ser aprovado o pedido à UEFA.

O novo formato proposto consiste em organizar as competições continentais em três ligas. A primeira divisão europeia será organizada em quatro grupo de oito equipas. Os seis primeiros de cada um de grupo garantem a qualificação para a próxima edição, independentemente do lugar que ocupem nos seus campeonatos nacionais.

Algo que Luís Vilar salienta que ” é um comboio que mais tarde ou mais cedo irá acontecer. Isto é o caminho a privilegiar os grandes europeus”, realçando que o que “interessa neste formato é a receita” derivada de “mais jogos e mais qualidade”, já que “o público quer ver mais vezes um Barcelona-Liverpool, do que um Galatasaray-Schalke 04”.

Neste formato haverá subidas e descidas em cada uma das três divisões e apenas quatro lugares em aberto para os campeões das 54 ligas nacionais europeias. Para Luís Vilar a primeira consequência será desde logo o facto do “apuramento ser feito com base na ‘champions’ e não na competição interna”, e consequentemente “uma maior valorização das competições europeias em detrimento das nacionais”.

Do ponto de vista das equipas portuguesas Luís Vilar refere que este novo modelo será algo a que “os clubes portugueses apenas poderão chegar nas primeiras quatro edições”, porque depois “entram em cena as equipas de ligas mais poderosas como a inglesa, espanhola e alemã”.

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