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Novo ‘lockdown’ à vista arrasa PSI-20. Lisboa cai mais do que as outras bolsas europeias

O BCP e a EDP Renováveis tombaram na sessão de bolsa de hoje. O banco caiu mais de 6% e a EDPR mais de 5%. Um novo lockdown económico previsto para o fim desta semana e o sentimento europeu arrastaram o PSI-20 que caiu mais de 2%, mais do que os seus pares europeus.
11 Janeiro 2021, 17h25

O PSI-20 caiu 2,05% para 5.137,93 pontos com a derrocada do BCP de -6,14% para 0,1330 euros.  A EDP Renováveis, outro peso pesado, tombou -5,27% para 24,25 euros. Mas há mais quedas em destaque num índice em que apenas dois títulos fecharam no verde. A Ibersol, do setor da restauração recuou -2,67% para 5,10 euros; a Altri caiu -3,75% para 5,26 euros; a Corticeira Amorim perdeu -2,13% para 11,04 euros; a Pharol tombou -4,49%; a Semapa desceu -2,60% para 8,98 euros e a EDP também fechou a perder -1,42% para 5,55 euros.

Em alta apenas fechou a Jerónimo Martins (+4,16% para 14,79 euros) e a NOS (+0,72% para 3,07 euros).

“A castigar o sentimento está o aumento das restrições para travar o avanço da pandemia de Coronavírus”, refere Ramiro Loureiro, Analista de Mercados  do Millennium investment banking na sua análise.

Numa altura em que os investidores parecem aguardar pelo arranque oficial da earnings season nos EUA, com Citigroup, JPMorgan e Wells Fargo a mostarem números no dia 15, as principais bolsas europeias fecharam em queda.

A sessão apagou parte dos ganhos do início do ano. Portugal liderou as perdas, só superado pelos índices da Grécia, mas todas as bolsas fecharam em terreno negativo. O EuroStoxx 50 recuou 0,67% para 3.620,6 pontos. Londres fechou em queda de 1,09% para 6.798,5 pontos; O CAC de Paris fechou a perder 0,78% para 5.662,43 pontos; o DAX caiu 0,80% para 13.936,7 pontos; o FTSE MIB de Milão perdeu 0,32% para 22.722 pontos e o IBEX deslizou 0,60% para 8.357,5 pontos.

“As praças europeias encerraram em baixa, depois dos ganhos relativamente expressivos na primeira semana de 2021. O PSI20, que na semana passada tinha liderado os ganhos ao disparar mais de 7% desta feita foi dos mais castigados, penalizado pela correção de títulos como EPDR e BCP, dois títulos que nas cinco primeiras sessões do ano tinham registado uma valorização superior a 10% e aliviaram agora parte dessa subida”, refere o analista Ramiro Loureiro.

“As perspetivas de aperto das restrições para travar o avanço da pandemia de Coronavírus, incluindo em Portugal, parecem gerar receios nos investidores, justificando maiores quedas nos setores cíclicos como Viagens & Lazer e de Recursos Naturais”, acrescenta o analista do BCP.

A nível empresarial destaque para a notícia que o Deutsche Bank (+0,042%) resolve um processo criminal. O banco alemão concordou em pagar mais de 130 milhões de dólares para resolver um processo judicial que o acusava de suborno de funcionários públicos estrangeiros e manipulação do mercado de futuros de metais preciosos por meio de uma tática de negociação conhecida como spoofing.

A nível macroeconómico não há grandes novidades. Destaque apenas para a agência de notação financeira espanhola Axesor Rating que baixou hoje a classificação de Portugal de BBB+ para BBB com tendência estável, avançando que a economia do país só irá recuperar em 2023 para os níveis pré-crise covid-19.

Na atualização da notação, a Axesor explica que a redução das perspetivas económicas se deve ao impacto que a crise sanitária está a ter na economia portuguesa altamente dependente do setor terciário (serviços) e turismo.

A empresa sublinha que a economia portuguesa só irá recuperar em 2023 dos níveis do nível que tinha antes da crise provocada pela pandemia de covid-19 iniciada em março de 2020.

A Axesor estima que o défice orçamental se agrave para 7,3% e que o nível da dívida pública atinja um “máximo histórico” de 135%.

“Apesar do choque económico, Portugal mantém a força do seu mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego estimada no final de 2021 de 7,7% e 6,0% em 2022.

A notação “valoriza a notável melhoria no sistema financeiro português”, bem como o papel que a banca, “mais capitalizada, com maiores níveis de qualidade de ativos e liquidez”, terá no processo de recuperação.

A dívida alemã agrava 2,4 pontos base para -0,50%. Portugal também tem os juros a 10 anos em alta de 1,84%, mas ainda está com juros negativos de -0,01%. Espanha vê os juros subirem 1,73 pontos base para 0,06% e Itália assiste a uma subida de 3,41 pontos base para 0,56%.

O euros cai 0,40% para 1,2169 dólares.

O Brent recua 1,89% para 55,449 dólares o barril.

 

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