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Nunca se falou tanto do BCE como em 2012

A instituição liderada por Mario Draghi esteve entre os bancos centrais que implementou medidas não convencionais e ganhou novas funções ao longo da crise. A mudança foi acompanhada por uma evolução proporcional no escrutínio do público e nas práticas de prestação de contas.
11 Agosto 2018, 12h00

A crise financeira que começou entre 2007 e 2008 trouxe dificuldades e desafios para as economias globais, que foram respondidas como nunca tinham sido antes: através de políticas monetárias não convencionais. A tendência generalizada a várias regiões fez com que o escrutínio público aumentasse, sendo que uma análise do Banco Central Europeu (BCE) revela que nunca se falou tanto da instituição como em 2012.

“A fim de cumprir os seus mandatos durante a crise, os bancos centrais adotaram uma série de medidas de política monetária tomadas dentro e fora dos kits de ferramentas padrão. Em alguns casos, também assumiram novas responsabilidades. Como resultado, foram alvo de atenção e escrutínio, de acordo com a necessidade das autoridades independentes serem responsabilizadas por órgãos democraticamente eleitos”, explica o BCE, num dos capítulos do Boletim Económico conhecido esta semana.

A instituição liderada por Mario Draghi não foi exceção e a evolução do seu papel ao longo da crise foi acompanhada por uma evolução proporcional às práticas de prestação de contas. Tal como outros bancos centrais, o BCE adoptou várias medidas de política monetária para preservar a estabilidade de preços e impulsionar a recuperação económica da zona euro.

“O BCE teve, no entanto, de operar num ambiente institucional único da área do euro, onde, durante a crise, a integridade da união monetária foi questionada e a fragmentação financeira prejudicou a transmissão da política monetária”, refere.

Foi neste contexto que, em julho de 2012, o presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou: “Dentro do nosso mandato, o BCE está pronto para tomar o que for necessário para preservar o euro”. Deu, assim, início ao programa de compra de ativos – o quantitative easing (QE) – que já tinha sido implementado anos antes pelo par norte-americano.

O BCE assumiu também novas funções como supervisor micro e macroprudencial e foi chamado a partir em programas de assistência financeira, ao lado do Fundo Monetário Internacional e da Comissão Europeia.

“O reforço da responsabilidade do BCE tem sido particularmente visível no contexto das suas relações com o Parlamento Europeu, em consonância com o papel fundamental deste último, tal como previsto nos Tratados”, sublinhou o BCE, apontando para o o escrutínio do público europeu em geral – incluindo através dos media, que atingiu um pico nunca visto em 2012 – e do Parlamento Europeu no âmbito dos Tratados.

Fonte: Boletim Económico do BCE

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