[weglot_switcher]

Nuno Amado admite uma redução do Conselho de Administração

“Estamos tranquilos em relação à Sonangol e não prevemos alterações de maior num horizonte temporal razoável”, disse o presidente do banco.
  • Cristina Bernardo
14 Fevereiro 2018, 18h15

O presidente do BCP disse que “ainda não há uma lista”, respondendo sobre os futuros órgãos sociais que serão votados na próxima Assembleia Geral, que irá decorrer na primeira quinzena de maio.

“Os acionistas estão a preparar uma lista. Este é o tema e o tempo dos acionistas”, disse Nuno Amado admitindo que “é possível que haja uma redução [temos mais de 20 elementos]”, no sentido do que recomendam os supervisores. Mas “é algo que ainda está a ser trabalhado”.

Sobre o facto de Carlos Silva, vice-presidente não executivo do BCP, e António Mexia estarem envolvidos em processos do Ministério Público, Nuno Amado revelou que o tema foi analisado pelo Comité de Ética que acompanha as questões de governance do banco, foi discutido em Conselho de Administração, e concluíram que “não havia nenhuma razão para que os dois que têm tido um papel relevante não pudessem continuar em funções”, disse o presidente do BCP que acrescentou que o tema será decidido na próxima Assembleia Geral.

“Não faria sentido fazer uma alteração, há uma continuidade até à própria assembleia-geral. E bem, porque o banco está num caminho e num percurso”,  disse.

Tal como o Jornal Económico e o outros órgãos já referiram, Carlos Silva e António Mexia não deverão integrar o próximo Conselho de Administração.

Sobre os administradores da Fosun que ficaram no BCE para avaliação, Nuno Amado lembrou que até hoje não chegou a aprovação e entretanto os mandatos acabaram a 31 de dezembro.

Sobre a posição da Sonangol, que segundo o Económico e depois o Expresso revelaram que já tem perto de 20% do BCP, o presidente do banco disse que não ia comentar, mas podia dizer que “estamos tranquilos em relação à Sonangol e não prevemos alterações de maior num horizonte temporal razoável”. “A Sonangol teve um papel no banco para o BCP chegar onde chegou, incluindo para a entrada da Fosun”, reforçou Nuno Amado.

“A avaliação que está a ser feita por Angola é uma avaliação que cabe às autoridades angolanas e que nós respeitamos”, acrescentou.

O  BCP anunciou ainda que está a preparar um plano de negócios, a 3 a 4 anos, para levar à AG de maio (primeira quinzena). Esse plano passa pela aposta no digital e na proximidade do cliente e ainda por uma aposta nas áreas de supervisão e regulação. O plano de negócios só chega ao público em junho, revelou Nuno Amado.

Sobre a SIBS diz que quer apoiar a empresa a ter um projecto a nível nacional. “Consideramos a SIBS uma entidade de elevado valor, que deve continuar a desenvolver a sua atividade nas áreas em que o faz, de uma forma intensa, que deve manter a sua base de trabalho em Portugal, com a atual estrutura acionista ou com uma estrutura acionista alterada e o BCP dará o seu contributo para que isso possa acontecer”.

Sobre a possibilidade de terem de fazer emissão do MREL (títulos bail-ináveis), o administrador do BCP Miguel Bragança explica que há vários tipos de títulos que contam para MREL, e cita “capital, Adicional Tier 1, dívida subordinada e dívida sénior”. “O banco está à espera de saber das entidades de regulações europeias qual é o valor de títulos MREL que deve ter emitidos” . O que ainda não sabem. “Os valores provisórios estimados pelo banco são consistentes e compatíveis com o volume de emissões que temos vindo a fazer nos últimos anos”, disse Miguel Bragança que citou a emissão de 300 milhões de euros feita recentemente. “não é nada que nos preocupe” e “podemos vir a emitir títulos que contem para o MREL”, mas sempre dentro dos montantes habituais do banco.

O regulador vai dar três a quatro anos para o banco atingir o montante de títulos MREL e por isso “a emissão vai depender em cada momento das condições de mercado”, disse o administrador financeiro do BCP.

“Sabemos que há aqui um custo”, acrescentou Nuno Amado.

No que toca ao impacto da aplicação de IFRS 9, é para aplicar a partir deste ano de 2018. O BCP não tem um valor definitivos sobre impactos da adopção destas novas regras contabilísticas, mas Miguel Bragança estima que o impacto no capital seja à volta de 30 pontos base (vai baixar o rácio de capital por conta do aumento de provisões para crédito).

Sobre a plataforma do malparado, respondeu Miguel Maya que disse que já estava criada, faltando apenas pequenos aspectos de “natureza funcional e jurídica”. “Está a funcionar nas instalações cedidas pela CGD”, revelou, adiantando que já há contactos com clientes para a negociação ao nível da plataforma.

No caso do crédito a Vale do Lobo, Miguel Maya diz que” o banco não converteu os seus créditos em unidades de participação, a exposição do BCP ao Fundo de Reestruturação que ficou com o crédito de Vale do Lobo, reduziu com esta operação e não houve nenhuma perda adicional, antes pelo contrário, às perdas que já tinham sido registadas”.

Sobre as novas regras impostas pelo BdP para a concessão de crédito à habitação, Nuno Amado disse obviamente que as iria cumprir e revelou que “não considero que haja uma situação de bolha de preço. Nem de perto nem de longe”.

(atualizada)

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.