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Nuno Artur Silva anuncia que vendeu Produções Fictícias

O antigo administrador da RTP disse que vendeu a empresa “às pessoas que a geriram nos últimos anos”, quando este esteve no Conselho de Administração do canal público. O ‘Público’ revela que uma dessas pessoas é o sobrinho de Nuno Artur Silva.
  • Nuno Artur Silva
23 Outubro 2019, 15h18

O nome de Nuno Artur Silva gerou polémica quando foi anunciado como o novo secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Média. Em causa estava a sua saída da RTP em 2018, que passa agora a tutelar, e o facto de ser acionista das Produções Fictícias.

O ainda indigitado secretário de Estado responsável pelos audiovisuais em Portugal vendeu a sua participação na empresa Produções Fictícias, que fundou, e coloca assim fim à polémica das duas posições causarem um possível conflito de interesses, avança a TSF. A notícia da venda chega a três dias de Nuno Artur Silva assumiu a posição no Governo.

O antigo administrador da RTP sustentou que vendeu a empresa “às pessoas que a geriram nos últimos anos”, quando este esteve no Conselho de Administração do canal público. Nuno Artur Silva recusou avançar detalhes sobre a venda da empresa.

O jornal ‘Público’ apurou que Nuno Artur Silva vendeu a empresa a André Caldeira e Michelle Costa Adrião, sendo que André Caldeira é sobrinho do novo secretário de Estado, avança o jornal. No entanto, a venda da empresa para o sobrinho não viola as novas regras da transparência para detentores de altos cargos públicos.

Ao abrigo da lei assinada por António Costa no passado mandato, os sobrinhos, irmãos, primos, sogros, genros e noras de detentores de cargos públicos não estão estão abrangidos de restrições na participação em concursos públicos. André Caldeira é apresentado no site da empresa como sendo o responsável pela direcção geral da produtora.

Nuno Artur Silva vai passar a tutelar a comunicação social, setor em que está a ter lugar uma grande operação. A Cofina (dona do Correio da Manhã) quer comprar a Media Capital (dona da TVI).

Em artigo de opinião publicado uma semana antes de ser anunciado que ia para o Governo, Nuno Artur Silva considerou que operação é “muito mais importante do que o caso de Tancos” e que “pode vir a ser no futuro próximo a maior ameaça à democracia portuguesa”, escreveu no Diário de Notícias a 14 de outubro, o novo governante para a comunicação social.

A Cofina anunciou a 21 de setembro que chegou a acordo para comprar a Media Capital. A empresa de Paulo Fernandes valoriza a dona da TVI em 255 milhões de euros, oferecendo 180 milhões para comprar 100% da empresa, assumindo também a dívida de 80 milhões de euros.

https://jornaleconomico.pt/noticias/compra-da-media-capital-pela-cofina-pode-ser-maior-ameaca-a-democracia-portuguesa-disse-nuno-artur-silva-dias-antes-de-ir-para-o-governo-504230

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