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Nuno Melo: “Se fosse presidente do CDS, já teria falado ao país sobre o Orçamento”

Candidato à liderança centrista critica silêncio de Francisco Rodrigues dos Santos e diz que o CDS-PP precisa de “falar ao país daquilo que realmente interessa aos portugueses”.
  • Nuno Melo
    Nuno Melo no Congresso de Aveiro
13 Outubro 2021, 12h58

O centrista Nuno Melo, que será candidato à liderança no próximo congresso do CDS-PP, criticou a ausência de posição do presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, quanto à proposta de Orçamento do Estado para 2022 que o Governo entregou na segunda-feira. “Se eu fosse presidente do CDS, já teria falado ao país sobre o assunto”, escreveu o eurodeputado na sua conta de Facebook nesta quarta-feira, acrescentando que nunca pediria a convocação de um congresso “em plena discussão do Orçamento de Estado, que tem impactos tão profundos sobre a vida de todos os portugueses e empresas”.

“Fazer oposição é falar ao país daquilo que realmente interessa aos portugueses e o CDS precisa muito disso”, acrescentou Nuno Melo, no que pode ser interpretado como uma crítica ao atual líder centrista, que na sua mais recente publicação nas redes sociais se insurge contra a “cultura de cancelamento imposta pela esquerda mais radical” que levou a banda musical Rolling Stones a deixar de cantar o tema “Brown Sugar” devido às referências à escravatura.

Sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2022, cuja aprovação foi posta em causa pelo anúncio de que tanto o PCP quanto o Bloco de Esquerda chumbarão o documento se não for alterado até à votação na generalidade, marcada para 27 de outubro, Nuno Melo escreveu que “não responde à necessidade de Portugal recuperar mais depressa da pandemia”. Isto porque, no entender do candidato à liderança do CDS-PP, “quase tudo” nas prioridades orçamentais tem a ver com o sector público e “praticamente nada” com o sector privado, sendo exemplo disso a aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência.

Afirmando que “um partido como o CDS deveria estar na linha da frente da defesa dos contribuintes, lutando para que justiça contributiva não seja transformada em evidente extorsão fiscal”, Nuno Melo chama a atenção para aquilo que descreve como o ensaio de um modelo de englobamento “que abre o precedente em relação a outros englobamentos futuros, por exemplo de rendimentos prediais, que traduziriam mais um violento ataque à classe média”.

Nuno Melo critica ainda o Governo de António Costa pelo grande número de escalões de IRS previstos para o próximo ano, em vez de “poucos escalões e taxas reduzidas”, considerando que os socialistas insistem “num modelo que penaliza o esforço”, ao mesmo tempo que a proposta de Orçamento do Estado prevê aumentos “avassaladores” na despesa e na dívida públicas.

Dirigindo-se às empresas, o eurodeputado centrista afirma que o documento apresentado por João Leão não prevê “nenhum desagravamento relevante”, mantendo-se fatores que prejudicam a sua competitividade, como “uma das mais pesadas fiscalidades da Europa, a par de preços de combustíveis e energia absurdos”.

O próximo congresso do CDS-PP ficou marcado para 27 e 28 de novembro, começando dois dias após a data prevista para a votação na globalidade do Orçamento do Estado para 2022 – caso o Governo assegure apoios para a sua aprovação na generalidade a 27 de outubro. Francisco Rodrigues dos Santos irá recandidatar-se a um novo mandato e contará pelo menos com Nuno Melo enquanto adversário.

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