A reação dos mercados financeiros aos acontecimentos no Iraque foi a normal, mas bastante comedida. Mesmo perante eventos não esperados e suscetíveis de aumentar substancialmente a incerteza, os investidores mostraram que permanecem bastante confiantes.

É verdade que o ouro valorizou, atingindo máximos de sete anos, mas não fez mais do que continuar a tendência de alta que vem desenvolvendo há vários anos. O petróleo também subiu, até à zona de 72 dólares por barril, numa reação muito semelhante à que sucedeu após os ataques às instalações sauditas em setembro – os preços não subiram em toda a curva temporal dos contratos de futuros, mas apenas nas datas de entrega mais próximas. Outros “ativos de refúgio” como o iene, franco suíço e obrigações soberanas também registaram procura, mas com movimentos pouco significativos.

Um dos aspetos mais curiosos na reação dos mercados foi o bom comportamento dos ativos dos países emergentes que teriam uma excelente oportunidade para caírem a pique, assim como as bolsas. Não foi isso que sucedeu, registando-se apenas correções nos preços pouco mais do que simbólicas.

A leitura que parece estar a ser feita é que o conflito ganhou maior complexidade no longo prazo, mas que poderá ser evitada uma confrontação direta no curto prazo. Obviamente, se a questão escalar – o que pode acontecer – as bolsas e a confiança das empresas e consumidores serão afetadas, mas não é isso que os mercados financeiros estão a prever.