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O dinheiro até pode desaparecer, mas as fintech vieram para ficar

O futuro do dinheiro está em aberto, em constante dinâmica e evolução, com as soluções tecnológicas a marcar o ritmo. E entre os principais players, operadores desta mudança, as startups financeiras – as designadas fintech – ganham terreno e recolhem cada vez mais apoio.
25 Fevereiro 2018, 17h00

Quanto à celeridade da inevitável caminhada, enquanto as opiniões se vão dividindo entre o desaparecimento total, em termos físicos, do dinheiro, entram em jogo as fintech que, através de soluções inovadoras, aceleram e facilitam processos e, por isso, vão tendo um crescente apoio e feedback positivo quanto ao seu papel no futuro. E, em particular, na evolução do sistema financeiro português. Com os ventos da mudança a soprar em todas as frentes, o Jornal Económico convidou um grupo diversificado de players do universo financeiro a refletir sobre o futuro do dinheiro. Com um foco específico – o impacto que o surgimento das moedas digitais está a ter globalmente -, mas sem descurar a realidade portuguesa e a forma como por cá estamos a lidar com os novos cenários trazidos, por exemplo, pelas criptomoedas, as quais já são tidas como um “importante motor” da digitalização do setor”.

Mas importa dizer que as criptomoedas são apenas uma parte da nova dimensão digital e tecnológica do sistema financeiro. A tecnologia por trás das criptomoedas, o blockchain, tem potencialidades alargadas para o setor, dada a sua utilização nas dimensões de utilities, segurança e protocolo, além das divisas.

Quanto ao papel das fintech no futuro do dinheiro, e a sua expectável progressão em Portugal, a reflexão dos players ouvidos espelha um denominador comum: a colaboração. Se num primeiro instante as startups financeiras foram entendidas como concorrentes, hoje assiste-se a uma aceitação, gradual é certo, mas que já se traduz em projetos concretos e com resultados palpáveis tanto para entidades que aplicam as novas soluções, como para o consumidor final.

A posição da banca reflete total abertura e apoio, vendo na inovação que as fintech aportam respostas válidas, a ter em conta nos seus próprios processos, há muito em curso, de transformação digital.

Contudo, no que toca à regulamentação da atividade das fintech no nosso país, há ainda um longo caminho por fazer. E, tendo em conta a realidade europeia, podemos efetivamente estar longe. Neste contexto, o Banco de Portugal garante que está muito atento e focado em apoiar e dinamizar o debate em torno dos grandes desafios que a inovação digital coloca ao sistema financeiro e à sua regulação.

Para isso, criou um grupo de trabalho interno permanente, multidisciplinar, com o objetivo de estudar a evolução da banca digital e das fintech e de perspetivar, no horizonte temporal 2020, os desafios que se colocam no quadro das suas responsabilidades de regulação e supervisão.

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