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O factor Lisboa nas eleições regionais

As relações entre o Governo Regional e o Executivo da República têm estado no centro de uma troca de argumentos entre PSD e PS e prometem ser um dos principais temas da campanha para as eleições regionais do próximo ano.
1 Junho 2018, 00h30

De um lado temos um PSD-M que extraiu as devidas lições das últimas eleições autárquicas. Perante a maior ameaça à sua hegemonia em 40 anos, o partido tem procurado sanar as divergências do passado e cerrar fileiras, recuperando o legado do Jardinismo e adotando uma linha mais reivindicativa face ao Governo da República. E o facto é que, excessos retóricos à parte, o Governo de Miguel Albuquerque e Pedro Calado tem algumas razões de queixa legítimas face ao Poder Central, nomeadamente em temas como o da construção do novo hospital. Outro exemplo é a forma como o Governo da República geriu o concurso de ligação aérea entre a Madeira e o Porto Santo, com o Executivo regional a saber da notícia do ajuste direto à Binter pelos jornais.

Neste contexto, o apoio do PS nacional a Paulo Cafôfo é um pau-de-dois bicos. O candidato do PS à presidência do Governo Regional terá de conseguir manter um equilíbrio entre, por um lado, as vantagens que advêm do facto de ter o apoio do primeiro-ministro António Costa  e, por outro, manter um certo distanciamento que lhe permita não ser acusado de fazer o jogo de interesses contrários aos da Madeira. É que, com ou sem eleições antecipadas, é provável que nos próximos meses assistamos a um escalar da crispação na relação com Lisboa.

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