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O que tem Kanye West de fazer para entrar na corrida à Casa Branca?

Até ao momento, o músico não revelou mais detalhes das suas pretensões. Procurar apoios junto dos partidos ou uma candidatura independente? Quanto a apoios, West já conta com o do dono da Tesla e SpaceX, Elon Musk: “Tens todo o meu apoio”.
  • Kanye West reunido na Sala Oval da Casa Branca com o presidente dos EUA, Donald Trump
6 Julho 2020, 11h56

O músico Kanye West, de 43 anos, anunciou em 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos (EUA), a sua candidatura à Casa Branca, depois de ter apoiado anteriormente o atual presidente e candidato à reeleição, Donald Trump. Mas se a pretensão do norte-americano for séria, há grandes obstáculos a superar para que o músico possa estar na corrida à Casa Branca no dia 3 de novembro de 2020.

O primeiro entrave que o segundo entertainer mais bem pago do mundo – segundo a Forbes – terá de superar é mostrar que é capaz de montar uma campanha séria em apenas quatro meses e como poderá ser uma alternativa ao 45.º presidente dos EUA e a Joe Bid, principal opositor de Trump para as eleições de 2020, apoiado pelo partido Democrata.

Kanye West terá de trabalhar rápido e a sério para conseguir ter uma campanha eleitoral plena em todos os 50 Estados norte-americanos. O músico não revelou se tem apoios partidários à sua candidatura. Kanye West tem duas alternativas para concorrer à presidência dos EUA: ou procura o apoio de pequenos partidos norte-americanos, comummente arredados da corrida à Casa Branca, tendo em conta a dimensão das máquinas partidárias dos partidos Republicano e Democrata, ou avança como candidato independente.

Caso West procure avançar como independente para Washington, há que ter em conta que os prazos para apresentar formalmente uma candidatura independente em vários Estados, incluindo os de Novo México e Carolina do Norte, já terminaram, segundo a Reuters. Mas, para o politólogo James McCann, da Universidade Purdue, citado pela agência britânica, Kanye West poderá apostar num apoio de partidos mais pequenos.

Além de vários estados já não permitirem uma candidatura independente, devido ao fim dos prazos estabelecidos por lei, enveredar por uma corrida independente exigiria ao músico um investimento pessoal na contratação de equipas de campanha e no recrutamento de voluntários para começar a recolher assinaturas. Ainda há estados que permitem formalizar uma candidatura independente até agosto ou setembro, mas são necessárias dezenas de milhares de assinaturas, refere a Reuters.

McCann dúvida que West promova “uma operação de campo”, apontando como caminho provável a busca de apoios junto de partidos de menor dimensão.

Até ao momento, o músico não revelou mais detalhes das suas pretensões. Mas, quanto a apoios, já conta com o do empresário e dono da Tesla e SpaceX, Elon Musk, que escreveu no Twitter: “Tens todo o meu apoio”.

Foi no sábado que Kanye West, também conhecido por ser casado com a socialite Kim Kardashian, anunciou no Twitter a sua intenção. “Agora devemos cumprir a promessa dos Estados Unidos confiando em Deus, unificando a nossa visão e construindo o nosso futuro. Vou concorrer à Presidência dos Estados Unidos”, escreveu. O mote da campanha é “Visão2020”.

Não é a primeira vez que Kanye West anunciou que iria concorrer à Casa Branca. Em 2019, durante entrevistas de promoção ao álbum, “Jesus is King” (“Jesus é rei”, em português) o músico chegou a afirmar o seu desejo de concorrer às presidenciais. Mas só em 2024. Nos últimos anos, West tem sido um apoiante de Trump, com quem chegou a reunir em 2018, na Casa Branca, para discutir a violência e o sistema prisional nos EUA.

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